São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 1995
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Dieese apura inflação de 5,15% em junho

Taxa acumula alta de 55% no Real

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A inflação de junho ficou em 5,15% nos cálculos do Dieese (órgão de assessoria a sindicatos) para as famílias com rendimento entre um e 30 salários mínimos. O índice apura as variações de preços no município de São Paulo.
``Não esperávamos que a taxa subisse tanto, apesar de saber que ela seria ascendente", diz José Maurício Soares, secretário-técnico do Dieese. Em maio, o ICV ficou em 3,58%.
Com o resultado de junho, o ICV (Índice de Custo de Vida) acumula alta de 55,09% nos 12 meses do Plano Real e de 27,13% nos seis meses de 95.
O IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real, que foi a taxa oficial da inflação) ficou em 35,30% nos 12 meses do Plano Real.
Soares diz que as variações de preços foram mais baixas para as famílias com menor rendimento em junho.
Para quem ganha entre um e três salários mínimos, o ICV teve variação de 4,85%; e para aqueles com renda entre um e cinco mínimos, o índice ficou em 4,83%.
A taxa de junho -a segunda mais alta do Real, só perdendo para os 7,59% de julho de 94- foi impulsionada pela alta de 8,86% nos gastos com habitação e de 8,01% na educação e cultura.
Também pressionaram o índice o aumento dos transportes (reajustes de tarifas) e os gastos com equipamentos domésticos.
No grupo habitação, as maiores altas foram em serviços de reparos (13,82%), manutenção do domicílio (10,97%) e locação (9,25%).
``Aluguel, condomínio e prestação da casa própria estão com aumentos acima dos 8%, bem maiores do que os demais itens do custo de vida", diz.

Julho
Soares afirma que a taxa de julho deve continuar alta. ``Há o início da entressafra e parte dos aumentos das tarifas públicas", diz.
Segundo ele, julho já começou com reajustes de preços, como o do pão francês, do leite e dos remédios.
``Há também os preços reajustados porque o plano completou um ano", diz.
Para Soares, a alta do custo de vida no segundo semestre depende ``muito" da variação dos preços dos alimentos.
``De janeiro a junho, a alimentação subiu 3,36% para uma taxa acumulada de 27,13%, o que mostra que os alimentos seguraram a taxa."
Nos 12 meses do Real, os maiores aumentos ocorreram na habitação, com alta de 149,58%, nos gastos com educação e cultura (alta de 62,97%, impulsionada pelas mensalidades escolares) e nos equipamento doméstico (bens duráveis, com reajuste de 43,15%). (Suzana Barelli)

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