São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 1995 |
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Crise muda tema de cúpula franco-alemã
VINÍCIUS TORRES FREIRE
Estavam programadas inicialmente conversações sobre a unificação monetária da UE (União Européia) e da crise na Bósnia. Segundo o primeiro-ministro francês, Alain Juppé, o presidente Jacques Chirac vai explicar à UE sua decisão de abordar o navio do grupo ambientalista Greenpeace. O chanceler alemão Helmut Kohl vai comunicar a Chirac sua oposição à política nuclear francesa. Em entrevista na manhã de ontem, Juppé disse que, segundo decisão de Chirac, a "França vai continuar a empregar os meios necessários para fazer com que a lei seja respeitada. O presidente da República tomou uma decisão que lhe pareceu adequada aos interesses superiores da nação". Segundo nota do RPR (partido de Chirac e Juppé, conservador), o presidente "tomou a única medida que vai permitir a assinatura dos acordos de proibição dos testes nucleares". Em reportagem publicada ontem, o jornal parisiense "Libération" afirma que o governo francês pretende fazer mais testes do que os previstos (oito, entre setembro de 1995 e maio de 1996), antes de assinar o acordo. O jornal afirma também que a França negocia com as demais potências nucleares uma cláusula no acordo para permitir testes de bombas 85 vezes menos potentes que a bomba que destruiu Hiroshima em 1945. Segundo o "Libération", os países do chamado clube nuclear (EUA, Rússia, Reino Unido, China e França) estariam dispostos a aceitar a proposta francesa, que permitiria o desenvolvimento de armas atômicas "miniaturizadas". O Greenpeace francês, que patrocina a viagem do Rainbow Warrior 2º, informou que o navio do grupo vai permanecer esta noite na linha limite das águas territoriais da Polinésia Francesa e que outras ações não estão descartadas. Juppé disse que violação das águas territoriais não será tolerada. A nota do RPR criticou também os ataques da oposição socialista à decisão governamental de atacar o barco dos ambientalistas. Há dez anos, o primeiro Rainbow Warrior foi afundado por ordem do governo socialista de François Mitterrand. "A reação da oposição é desproporcional", diz a nota. Texto Anterior: Navio do Greenpeace é expulso por franceses Próximo Texto: Entidade faz atos no Brasil Índice |
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