São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 1995
Texto Anterior | Índice

Propaganda; Difamação oficial; No fim dos túneis; Estatais; Comerciais; Banco do povo; Vestibular

Propaganda
``Segundo a reportagem `Publicidade do governo custa R$ 382 mi', o valor contratado pela Contemporânea com a Petrobrás Distribuidora seria de R$ 12.175.440,60. Conforme o contrato Apro 8/93 de 9/9/93, o valor foi de Cr$ 80,67 trilhões, a preços de abril/93, equivalente a R$ 2.410.218,11, ou a US$ 2,5 milhões (cotação comercial para venda em 30/4/93). O valor por nós informado na carta de 27/6 (R$ 4,6 milhões) é o valor da renovação do contrato que está vigendo. Os números por nós fornecidos sobre o contrato com o BNDES coincidem com o do ofício citado (176, de 13/6/95, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República): R$ 4,3 milhões, valor que está vigendo. Segundo a reportagem, sempre baseada no ofício, o contrato que estaria vigendo é de R$ 18 milhões. O valor que consta do 4º Aditivo do Contrato Sucem A-8576/92 em vigor (R$ 18 milhões) refere-se ao período total do contrato: de 1/9/92 a 30/8/95. Deduzindo-se os valores contratados nos dois períodos anteriores (9/92 a 9/93 e 9/93 a 9/94), chega-se ao valor de R$ 6 milhões. Esse episódio parece indicar que as três partes envolvidas (a Secretaria de Comunicação Social, a reportagem da Folha e nós) tiveram (e têm) a intenção de divulgar claramente todos os dados. Mas é evidente que os números jamais serão convergentes enquanto não se definir com clareza uma mesma base e um mesmo critério para todos eles. Eis por que temos todos os motivos para afirmar que os valores da reportagem citada não correspondem às verbas que a Contemporânea administra atualmente para a BR Distribuidora e para a Companhia Vale do Rio Doce."
José Antonio Calazans Rodrigues, vice-presidente de Administração e Finanças da Comunicação Contemporânea Ltda. (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta do jornalista José Roberto de Toledo - Sobre o contrato com a BR Distribuidora, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, em contato com o gabinete do deputado Luiz Gushiken (PT-SP), reconheceu ter errado o valor que consta do ofício enviado ao parlamentar e que serviu de base para a reportagem. O correto é R$ 4,6 milhões, como afirma a Contemporânea. Sobre os demais contratos, os valores publicados na reportagem são os mesmos informados pela agência. A diferença do contrato da BR faz com que a Contemporânea passe de 2ª para 5ª colocada no ranking das agências com contratos de publicidade com o governo federal.

Difamação oficial
``Recentemente fomos surpreendidos com a insólita informação do envolvimento de Fábio Konder Comparato em irregularidades junto ao INSS. O fato seria risível, se não fosse tão grave, fazendo lembrar as perseguições do regime militar ou a decadência da era Collor. O equívoco é claro. O próprio INSS o reconhece. Impõe-se a apuração de responsabilidades. A ofensa contra ele praticada se estende a todos que comungam de seus ideais."
Márcia Jaime, diretora da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo (São Paulo, SP)

No fim dos túneis
``Toda vez que Marcelo Beraba escreve sobre as obras do nosso `querido' Maluf, volto a acreditar que existe luz no fim dos túneis e pontes que estão desfigurando a cidade. Beraba tem dito tudo que eu gostaria de dizer -só que com muito mais elegância. Como é bom saber que nem todo mundo está engolindo o caos pacificamente."
Camila Silveira (São Paulo, SP)

Estatais
``A propósito de matéria publicada no dia 9/6 sob o título `Governo reconhece não controlar estatais', tenho a esclarecer: 1) Não disse que as empresas estatais não realizaram nenhum corte até o momento, como determina o decreto nº 1.410/95. O que disse foi que, como o decreto foi expedido em fins de fevereiro, com sua regulamentação publicada em março, e sendo as metas trimestrais, qualquer avaliação só poderia ser realizada após o término do segundo trimestre (junho). As metas trimestrais são apenas acompanhamento gerencial. Eventual desvio em algum trimestre não significa descontrole. O que interessa para o governo é o resultado anual. 2) Nada mencionei sobre a questão de preços e tarifas. 3) Sobre o processo de reengenharia nas estatais, mencionei que desconhecia o assunto e seu tratamento no âmbito do governo, portanto não poderia afirmar, como consta da matéria, que o governo abandonou a idéia. 4) Quanto às informações sobre salários das estatais, a expressão rendimentos utilizada para quantificar nível salarial não é adequada, uma vez que os números fornecidos pela Sest dizem respeito a custo por empregado e não a salário recebido por empregado."
Julio César Araujo Nogueira, secretário-adjunto da Secretaria de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fernando Canzian - 1) O secretário disse, sim, que não havia sido realizado nenhum corte nas estatais e que dificilmente eles seriam feitos. ``As empresas estão em poder de grupos organizados, difíceis de controlar." ``Eles informam um coisa (sobre números) e quando vamos ver, a realidade é outra", disse. 2) As defasagens nas tarifas partiram de outra fonte do Planejamento. 3) O secretário foi questionado especificamente sobre a reengenharia e disse que a única chance de melhorar as empresas seria privatizá-las. 4) O texto e a arte da reportagem deixam claro o que rendimento -salários, encargos, aposentadoria etc.- significa e seguiram o mesmo conceito usado pelo IBGE.

Comerciais
``Marcelo Coelho comenta, em 7/7, os comerciais de TV totalmente falados em inglês. Gostaria de acrescentar que há ainda o descumprimento de uma lei, que diz que os comerciais são obrigados a passar por um processo de adaptação. Muitos desses filmes entram no país sem qualquer controle. Já denunciamos o fato aos ministérios da Cultura e da Indústria e Comércio e estamos aguardando providências."
Tony de Sousa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Banco do povo
``Membros do governo cogitam criar um `banco do povo'. No Brasil, isso existe desde o século passado: chama-se Caixa Econômica. O que um governo social-democrata deve fazer é resgatar o papel social das Caixas Econômicas, restituir-lhes a pureza original. E não esquecer que sempre foi sua finalidade `educar o povo, desde a infância, no espírito de poupança'."
Geraldo Ataliba, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Vestibular
``Quero parabenizar Marilene Felinto pela matéria `Vestibular para Trouxa' (Revista da Folha, 2/7). A autora soube explicar, de forma direta e simples, a pura realidade de uma sociedade hipócrita com os seus jovens mais desfavorecidos financeiramente."
Marcelo Luis Albino (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Este Congresso não é igual àquele que passou
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.