São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Jovem acusa médico de assédio em consulta

DA FOLHA ABCD

A estudante E.C.M., 17, registrou queixa ontem à tarde na Delegacia da Mulher de São Bernardo contra o médico cardiologista Tomas Walter Escobedo Ayala, 42.
O médico é acusado de atentado violento ao pudor. A vítima acusa o médico de assédio sexual durante um exame de ecocardiograma feito anteontem no Centro de Saúde de São Bernardo.
E.C.M. diz que foi fazer o exame porque tem taquicardia quando faz exercícios. Segundo ela, após o exame de ecocardiograma, que mede o ritmo dos batimentos, Escobedo teria pedido que ela ficasse de frente para ele e abrisse as pernas.
Em seguida, o médico a teria segurado pelas nádegas, colocado a perna entre as pernas da vítima e puxado seu corpo contra o dele. Segundo E.C.M., ele teria alegado que esse procedimento permitiria detectar taquicardia.
O médico teria ainda, segundo E.C.M., colocado a mão em um seio, a outra sobre o ventre e puxado o corpo contra o dele. Ela estava sem blusa e sem sutiã.
Depois disso, ele teria dito que seria preciso repetir tudo de novo, pois não teria conseguido detectar a taquicardia.
O médico contesta estas afirmações. "Foi feito o exame ecocardiográfico de rotina. Tudo normal". Segundo o boletim de ocorrência, o médico chama tais procedimentos de manobras de hiperventilação respiratória. Ele afirma que a vítima teria pedido para ter taquicardia no momento do exame, por isso tomou tal conduta.
Escobedo afirma que não costuma fazer tais manobras com pacientes, pois elas são feitas em testes de esforço.
Segundo a delegada Angela de Andrade Ferreira, 31, se for constatada a culpa do médico, a pena é de dois a quatro anos de prisão.

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