São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Preços da Carvalho Pinto serão investigados

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público do Estado de São Paulo vai requisitar da Dersa informações sobre todos os preços pagos na construção da rodovia Carvalho Pinto.
No ofício, o procurador-geral de Justiça em exercício, Marino Pazzaglini Filho, cita os custos unitários apontados em reportagem publicada anteontem pela Folha.
Os preços indicam que, em pelo menos nove itens de materiais e serviços, os valores pagos superam os de mercado (leia ao lado).
Inaugurada incompleta na gestão Luiz Antonio Fleury Filho, a estrada liga a rodovia Ayrton Senna (antiga Trabalhadores) a Taubaté (134 km a nordeste de SP).
O MP quer saber quais os custos unitários de todos os itens contratados e os valores efetivamente pagos pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) -estatal responsável pela obra da rodovia.
Até agora, o MP só investigava os contratos paralelos, como os de gerenciamento e fiscalização.

Conversão
Auditoria especial do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para apurar supostas irregularidades na Carvalho Pinto informou ontem que vai solicitar informações da Secretaria Estadual dos Transportes sobre possíveis irregularidades na conversão do valor dos contratos da rodovia para o real.
Segundo o conselheiro Eduardo Bittencourt de Carvalho a secretaria teria cometido erros na conversão da moeda, o que teria causado prejuízo de cerca de R$ 60 milhões ao Estado.

Contratos
A Dersa suspendeu no final da semana passada o contrato de sete empresas que gerenciam a obra da rodovia Carvalho Pinto.
A legalidade dos contratos da Engevix, Maubertec, Sondotecnica, Pluri e Gas está sendo investigada pelo Ministério Público.
Segundo a Dersa, as cinco empresas foram contratadas, em um primeiro momento, sem concorrência. Descoberta a irregularidade, foi feita licitação e as cinco empresas foram ganhadoras.
Além delas, venceram a concorrência a Vetec e a Vence. O contrato com essas empresas também está sendo investigado.
Como a obra está paralisada por falta de recursos, a Dersa dispensou os serviços das empresas.

Texto Anterior: Eutanásia
Próximo Texto: Custo supera valor de mercado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.