São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995 |
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Revolução do `Potemkin' continua viva
INÁCIO ARAUJO
O russo hoje tende a ser menos valorizado, o que é uma óbvia injustiça: era revolucionário em mais de um sentido, foi um artista culto e de gênio. Fanático por Griffith, o criador da montagem, buscou ampliar esse conceito, que consiste em contar uma história pela junção de imagens (planos) diferentes. Seu ponto de partida pode ser resumido por uma questão: o que dá sentido a um filme? Para ele, era a junção de dois planos. Duas imagens não se somam, em "Potemkin". O encontro entre elas cria um choque, um produto do qual emerge o sentido. Esse sistema lhe permitia, entre outras, tirar o filme da esfera do herói individual, priorizando a ação coletiva do proletariado (no caso, fala-se do levante de 1905, a partir de um motim no Potemkin). A montagem deixou de ser o coração do cinema desde que surgiu o filme sonoro. Mas a força e a beleza das imagens do cineasta são, ainda, de um gigante. Texto Anterior: Autor criou ``Geração X" Próximo Texto: Pornografia e canastrice Índice |
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