São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Líder polinésio diz que nadará em atol francês

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Assembléia Territorial da Polinésia Francesa, Gaston Flosse, viajou ontem para o atol de Mururoa (oceano Pacífico) e disse que vai nadar e comer peixe do local, onde a França faz seus testes nucleares.
Ele afirmou que quer com isso provar que os testes nucleares franceses não causam danos à saúde das pessoas.
O presidente da França, Jacques Chirac, anunciou no mês passado que vai realizar oito testes nucleares no atol entre setembro de 1995 e maio de 1996, depois de o programa nuclear francês ter sido interrompido em 1992.
Flosse deixou o Taiti com um grupo de autoridades e jornalistas. Ele disse já ter mergulhado no atol horas após um teste nuclear.
Na manhã de hoje, ele deve nadar, pescar e fazer um ``grande churrasco com os frutos do mar e peixes" encontrados no lago formado pelo atol.
Os chanceleres de sete países da União Européia pediram ontem à França para reconsiderar sua decisão de retomar os testes nucleares.
A representante sueca, Lena Hjelm-Wallen, disse que os chanceleres se reuniram em Bruxelas com o ministro francês das Relações Exteriores, Hervé de Charette. Segundo ela, Charette ficou irritado com o protesto dos países.
Além da Suécia, protestaram também Holanda, Dinamarca, Áustria, Finlândia, Irlanda e Luxemburgo junto a Charette.
O prefeito de Hiroshima (sul do Japão), Takashi Hirakoa, disse qua França traiu a humanidade ao anunciar a retomada dos testes.
Em 6 de agosto de 1945, uma bomba atômica matou 140 mil pessoas em Hiroshima.
Ontem, a Assembléia de Nagasaki (sul do Japão), aprovou, por unanimidade, uma resolução que diz que a cidade fará tudo para acabar com as armas nucleares.
No dia 9 de agosto de 1945, uma bomba atômica matou 65 mil pessoas em Nagasaki.
O navio Rainbow Warrior 2º (Guerreiro do Arco-Íris 2º), do grupo ambientalista Greenpeace, partiu ontem do Taiti em direção às Ilhas Fiji (oceano Pacífico).
O Greenpeace disse que o navio volta ao atol de Mururoa no final de agosto. O grupo ambientalista diz que os testes nucleares podem causar danos ao oceano.
Há nove dias, o navio entrou em águas territoriais francesas no atol, foi atacado pela Marinha do país e expulso da região.
O presidente do Partido Popular (oposição conservadora) da Espanha, José María Aznar, apoiou os testes nucleares franceses, depois de reunião com o presidente francês, Jacques Chirac.
O Greenpeace havia pedido para ele protestar junto a Chirac.

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