São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995 |
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Azeredo vai a Covas para apagar 'incêndio'
DA AGÊNCIA FOLHA; DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL Governador de Minas tenta contornar problema causado pela exclusão de SP da discussão sobre impostosO governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), disse que tem encontro hoje em São Paulo com o governador Mário Covas (PSDB) para tentar contornar o problema político causado pela exclusão de São Paulo de reunião sobre a reforma tributária. A assessoria de imprensa de Covas não tinha conhecimento do encontro. A reunião sobre a reforma ocorreu anteontem, no Rio, com a participação de cinco governadores (RJ, MG, RN, PA e PR) e dois vices (RS e BA). Os governadores defenderam o fim do artigo 155 da Constituição, que proíbe a cobrança de imposto interestadual por venda de combustível e energia elétrica. Auxiliares de Covas dizem que o Estado de São Paulo seria prejudicado, porque importa energia elétrica (42% do que consome) e petróleo. O governador do Paraná, Jaime Lerner (PDT), disse que ``o episódio de ontem (anteontem) não teve qualquer caráter discriminatório", em relação a Covas. Lerner disse que não sabia que São Paulo também perde com o artigo 155 da Constituição. Covas não foi convidado porque se acreditava que o Estado ganhava com o artigo. O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, por intermédio de seu porta-voz, Sérgio Amaral, que não comentará as propostas dos governadores até que elas sejam formalizadas. Rio versus SP Alencar reagiu ontem às críticas de Covas à estratégia do Rio para conquistar a fábrica de caminhões e ônibus da Volkswagen. Covas criticou a isenção fiscal de 75%, por cinco anos, oferecida pelo Rio à Volks. Ele disse que faria uma ``concorrência desleal" com o Rio se oferecesse isenções para atrair estaleiros para São Paulo. Em entrevista à Folha por fax, Alencar disse achar ``absolutamente compreensível que São Paulo discuta com grupos estrangeiros a instalação de estaleiros". ``Não existe nenhum aspecto de desigualdade quando um governador luta pelos interesses de seu Estado", afirmou. O secretário de Planejamento do Rio, Marco Aurélio Alencar, rebateu ontem as críticas do secretário de Energia de São Paulo, David Zylbersztajn, ao governo do Rio. ``O secretário (Zylbersztajn) precisa entender que, se o Rio não é dono do subsolo, São Paulo também não tem o monopólio da tributação", disse Marco Aurélio. Segundo ele, Zylbersztajn está ``defendendo dois pesos e duas medidas", porque o petróleo não-tributado nas operações interestaduais é taxado, como combustível, nas operações internas. Colaboraram a Sucursal de Brasília e a Reportagem Local Texto Anterior: Manifestação leva leva tratores a bancos; Produtores de Ribeirão querem alta do leite; Canavieiros de SP querem reajuste Próximo Texto: Coisa do passado Índice |
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