São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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Detentas queimam colchões em DP paulista

DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de cem detentas do 9º DP, no Carandiru (zona norte de São Paulo) se rebelaram ontem às 10h30.
Elas colocaram fogo em colchões e outros objetos nas cinco celas da delegacia, que tem capacidade para apenas 25 presas.
Em 95, já aconteceram pelo menos 14 rebeliões de presos em distritos policiais, segundo a Polícia Civil.
As presas -que em sua maioria já estão cumprindo pena- reivindicavam transferência para a Penitenciária Feminina, que também fica naquele bairro, e pediam a revisão de seus processos.
As detentas exigiam ainda a presença de um juiz da Corregedoria de Polícia Penitenciária, mas não foram atendidas.
A rebelião acabou às 15h15, com a intervenção do Corpo de Bombeiros. As rebeladas foram convencidas a voltar às celas.
Anteontem, 80 presas alojadas no 26º DP, em Sacomã (zona sul) haviam se rebelado também por causa da superlotação e falta de assistência médica.
O distrito, que tem capacidade para 40 pessoas, está ocupado por cerca de 80 detentas. A rebelião acabou depois de uma hora.

Interior
As reformas na Cadeia Pública de Americana (SP) começaram ontem de manhã, um dia após a rebelião que destruiu cinco celas da ala B.
O delegado disse que os dois presos acusados de liderar a rebelião, Fernando Rodrigues da Silva, 21, e Edson Alves de Oliveira, 21, foram autuados em flagrante por danos ao patrimônio público.
A cadeia de Americana tem capacidade para abrigar 40 presos, mas antes da rebelião abrigava 78.
Em Miguelópolis (SP), a cadeia pública foi desativada por tempo indeterminado na noite de anteontem depois de ficar completamente destruída devido a uma rebelião de seus 29 presos.
Os detentos se amotinaram no pátio por volta das 18h de anteontem.
Eles reclamavam que alguns já tinham cumprido a pena a que foram condenados e continuavam presos.
A rebelião só terminou às 21h, depois que os presos se reuniram com o juiz-corregedor Humberto Aparecido da Rocha.
Os presos foram transferidos para as cadeias de Franca, Ituverava e Igarapava.

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