São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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Cesta básica sobe 0,91% em um dia

CLÁUDIO EUGÊNIO
DA REDAÇÃO

O custo médio da cesta básica subiu só ontem 0,91% na cidade de São Paulo. Com a alta seu preço bateu em R$ 103,55. É recorde de alta no ano.
Em sete meses o custo médio da cesta básica não atingia este valor.
A última vez que chegou a este patamar foi em 28 de dezembro do ano passado. Eram necessários R$ 103,77 para a compra dos 31 produtos que a compõem.
Com o resultado de ontem, a cesta básica acumula alta de 2,75% nos primeiros 19 dias de julho.
Em junho registrou queda de 0,28%. Desde a implantação do Plano Real em julho de 94 até ontem, a cesta recuou 2,68%.
Em setembro do ano passado a cesta registrou seu menor custo no período, R$ 95,38. Em outubro teve o maior custo: R$ 107,68.
Os dados são da pesquisa diária feita pelo Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor), órgão da Secretaria da Justiça de São Paulo em convênio com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e são baseados no consumo de quatro pessoas, independente de idade, durante 30 dias.
A cesta é dividida em três grupos: alimentação, limpeza e higiene pessoal. Todos eles vêm pressionando o custo médio nos últimos dois meses.
O principal motivo para a subida do custo médio é a alta dos alimentos, este grupo tem o maior peso no custo final. Ontem, só a compra deste item custava R$ 82,93.
Os produtos de origem bovina, com grande peso na formação do custo final do item alimentação, começaram a subir este mês devido a chegada da entresafra.
As carnes de primeira e de segunda acumulam nos primeiros 19 dias de julho alta de 6,59% e 11,11%, respectivamente.
O preço da arroba do boi no atacado no Estado de São Paulo registra alta de 16,67% em 30 dias e deve ter novos aumentos nos próximos meses.
Para a coordenadora da pesquisa Procon/Dieese, Cornélia Nogueira Porto, 53, a cesta básica deverá subir ainda mais nos próximos meses.
“O preço das carnes começa a registrar alta e deverá subir ainda mais por conta da entressafra”, afirma.
“Os produtos agricolas estão com os preços estáveis. Se eles começarem a aumentar devem colaborar ainda mais para aumentar o custo médio da cesta básica”, disse Cornélia.
Além disso, os produtos de higiene pessoal e limpeza seguiram a tendência de alta da indústria e vêm aumentando mensalmente, de acordo com a coordenadora da pesquisa.
Os produtos de higiene pessoal e os de limpeza registram alta nos primeiros 19 dias de julho de 3,09% e 4,48%, respectivamente. Os alimentos subiram 2,50%.
As maiores altas registradas ontem foram: sabão em barra 2,86% e leite em pó integral, 1,29%.
Ontem, a cesta básica podia ser comprada, nos 70 supermercados da cidade de São Paulo onde é feita a pesquisa, por preços que variavam entre R$ 74,46 e R$ 153,08.

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