São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Comitê Olímpico Brasileiro lança festival de inverno com 750 atletas

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Festival Olímpico de Inverno reúne, de hoje a 6 de agosto, em São Paulo, cerca de 750 atletas de 14 modalidades.
Organizado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), o evento, que é gratuito, acontece no ginásio do Ibirapuera, na Universidade de São Paulo e em Suzano (35 km a leste de São Paulo).
O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, acha que o festival é uma oportunidade de o comitê se aproximar das diversas confederações esportivas no Brasil.
``Estamos analisando o projeto de cada confederação para a Olimpíada de Atlanta (em 96)", disse. ``O objetivo é fazer uma operação pente-fino no esporte brasileiro para saber que erros devem ser corrigidos".
O tênis de mesa começa a ser disputado hoje, em Suzano.
Tênis, basquete, judô, natação, atletismo, canoagem, remo, boxe, caratê, vôlei feminino, futebol de salão, ginástica rítmica e hipismo são as outras modalidades que serão disputadas.
Em São Paulo, as competições começam dia 24, com o tênis.
Em janeiro, o COB organizou o Festival de Verão, no Rio de Janeiro.
``A participação de esportes menos conhecidos do público é o caminho para popularizá-los", afirmou Nuzman. ``Com a popularização, podemos atrair mais patrocinadores."
Segundo o judoca Aurélio Miguel, que vai competir no festival, o custo do treinamento de um atleta para a Olimpíada é de aproximadamente R$ 15 mil por mês.
``Não é fácil. Temos que pagar técnico, preparador físico, suplementos vitamínicos, seguro-saúde, passagens, estadia... Sem o apoio de patrocinadores, o atleta brasileiro não tem como competir", disse o judoca, que ganhou ouro na Olimpíada de Seul, em 88.
Aurélio Miguel declarou que tem ``carta branca" da Confederação Brasileira de Judô para treinar a sua maneira. ``Minha obrigação é passar pela seletiva. Se conseguir, vou à Olimpíada."
O atleta Sebastian Cuatrin, que vai competir na canoagem, no festival, elogiou a realização do evento em São Paulo.
``É mais um treino para as seletivas de Atlanta", disse. ``Como a canoagem não é muito divulgada, é uma chance para aparecer. O festival é uma vitrine."
Em agosto, ele participa da seletiva para a Olimpíada, na Alemanha.
Segundo José Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem, cada atleta que se prepara para Atlanta custa R$ 7.000 mensais para a entidade.
``Nossos atletas treinam na USP, graças a um convênio nosso com a universidade. Praticar esporte no Brasil não é brincadeira. O sacrifício do atleta é colossal."
O dirigente também acha que o festival pode popularizar esportes menos conhecidos. ``É uma saída para o esporte no Brasil."

Texto Anterior: Britânico bate recorde mundial no salto triplo; Raul Boesel faz melhor volta em treino da Indy; Benneton pode trocar Schumacher por Alesi; Graf desfila em Berlim sua coleção de roupas; Edinho assume como treinador do Flamengo
Próximo Texto: Telê diz que `será difícil continuar no São Paulo'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.