São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Presidente admite mudar nome do PSDB

DA ENVIADA ESPECIAL A LISBOA; DA REDAÇÃO

O presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu ontem que o seu partido, o PSDB, poderá mudar de nome para atrair adesões.
``Não tenho nenhum apego ao nome", afirmou. ``Mas ao conteúdo sim: tem que ser um partido com forte sensibilidade social."
A legenda dos tucanos e de FHC poderá se chamar SDB (Social Democracia Brasileira), contou o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, que comanda a estratégia de crescimento do partido.
A atual Lei Orgânica dos Partidos Políticos exige que a palavra partido faça parte dos nomes de todas as legendas. Essa exigência pode deixar de existir na nova lei, que está em discussão na Câmara.
A estratégia prevê novas filiações até o final do ano, a tempo de o PSDB disputar as eleições municipais de 1996 na condição de um dos dois maiores partidos brasileiros.
``Há o interesse de ampliar o partido como força hegemônica de centro-esquerda", explicou Motta.
Na avaliação da cúpula tucana, a reforma política em discussão no Congresso poderá reduzir para quatro o número de partidos no Brasil: o PT, à esquerda, e as duas maiores legendas de sustentação do atual governo (PFL e PMDB), além do partido formado a partir do núcleo do PSDB.
``Estamos conversando muito, mas ainda temos muito a caminhar", disse Sérgio Motta, que espera pela filiação dos governadores Antônio Britto (PMDB-RS) e Jaime Lerner (PDT-PR) e seus grupos políticos.
Ontem, o presidente do PSDB, Artur da Távola, convidou formalmente o ex-presidente Itamar Franco a se filiar ao partido. ``Ele levou um susto e disse que ia pensar", contou. Itamar não se entusiasmou: ``Estou aposentado da política".
Na comitiva que acompanha FHC na visita oficial a Portugal, o projeto de crescimento do PSDB foi criticado ontem.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), alertou que a ação do presidente poderá criar dificuldades entre os aliados da base de apoio do governo.
``A administração dessa aliança é mesmo complicada", afirmou Artur da Távola.
Caso o projeto da cúpula do PSDB dê certo, o partido promoverá um congresso para alterar o atual programa.

Colaborou a Redação

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