São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995 |
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Magoado, Telê ainda prefere sair
ARNALDO RIBEIRO
Segundo ele, existe um complô de diretores contra a sua permanência. Ontem, Telê voltou a manifestar ao presidente o seu desejo de sair, após tomar conhecimento das declarações do diretor de futebol Márcio Aranha. Segundo Aranha, ``Telê está desgastado com os jogadores, e o São Paulo não vai conseguir novos títulos enquanto o treinador não for substituído"(leia texto abaixo). ``O Márcio Aranha e outros diretores estavam, há algum tempo, tramando a minha saída por trás. Isso é uma deslealdade que eu não mereço. Se fosse para lidar com pessoas assim, jamais teria vindo para o São Paulo. Não há mais clima para trabalharmos juntos", disse o técnico. Diante da posição de Telê, Casal de Rey decidiu anteontem aceitar o pedido de demissão dos sete diretores de futebol do clube (Márcio Aranha, Herman Koester, Khalef João Francisco, Ademir Scarpin, Joaquim Lacerda, Sérgio Bragança e João Dias) e vai substituí-los. ``São todos meu amigos. Mas, como estavam há cinco anos em cargos desgastantes, decidi reciclar", justificou Casal de Rey. Entre Telê e os diretores, o presidente optou pelo técnico. Para tomar essa decisão, ele teve o aval de ex-presidentes do São Paulo, como José Douglas Dallora e Antônio Leme Nunes Galvão, ambos admiradores de Telê. Além de pessoas influentes no clube, Telê é apoiado pelos torcedores. Segundo pesquisa do Datafolha, 67% dos são-paulinos querem sua permanência e apenas 27% pretendem a sua saída. Nada disso, porém, foi capaz de tranquilizar o treinador. ``Fico satisfeito com o reconhecimento da torcida, mas não quero provocar um racha em uma diretoria que conquistou tantos títulos", disse Telê. ``Sei da minha força e do meu prestígio, mas não faço uso dele. É mais fácil eu sair. Quero paz e o melhor para o São Paulo. Por mim, iria embora hoje (ontem) mesmo", acrescentou. ``Não há racha, apenas uma transição amigável, na qual contarei com a colaboração dos diretores que estão saindo. O melhor para o São Paulo é o Telê ficar", afirmou Casal de Rey. Enquanto não define o nome do novo diretor de futebol, o presidente do São Paulo vai acumular a função. Quanto a Telê, ele disse que vai pensar muito e consultar a mulher, Ivonete, antes de tomar uma decisão definitiva sobre a sua permanência. O técnico chegou ao São Paulo em outubro de 1990. Texto Anterior: Nélson Piquet corre nas 24 Horas de Spa; Seleção masculina é convocada no Rio; Pré-Olímpico tem jogos confirmados; Seleção brasileira define volta ao país; Brasil 'importa' chefe de cozinha Próximo Texto: A CRISE NO SÃO PAULO Índice |
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