São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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``Viagem a Tóquio" é revelação mundial do japonês Yasujiro Ozu

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Se Kurosawa e Mizoguchi chegaram ao Ocidente nos anos 50, Ozu ficou guardado cuidadosamente.
No Japão, só rivalizava em prestígio com Kenji Mizoguchi. Mas, em vida, era guardado com pudor. Quando sua descoberta se torna inevitável e universal, nos anos 70, isso se dá com "Viagem a Tóquio", melodrama que, em linhas gerais, trata da viagem que promove o reencontro dos velhos pais com seus filhos.
Mas não é a história (banal, em princípio) e sim o estilo de Ozu que chama a atenção. A câmera raramente se move. Nenhum efeito é procurado. Os diálogos, assim como as atitudes, são de uma trivialidade singela.
No entanto, é uma revolução. Em cada gesto, em cada palavra, o conflito entre tradição e modernidade no Japão se infiltra, como que para compor um documentário -inteiramente fictício- do pós-guerra.
(IA)

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