São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Advogado tem `morte misteriosa'

DA REPORTAGEM LOCAL; DO NP

Corpo é achado com 6 perfurações de bala; para família, foi suicídio, mas polícia investiga assassinato
O advogado José Francisco Silva, 68, foi morto com seis perfurações de bala às 21h de anteontem em seu apartamento na Aclimação (zona sul de São Paulo).
Segundo a família, foi suicídio. A polícia acredita em homicídio.
A mulher de Silva, Lúcia Rocha da Silva, 58, afirma que seu filho, A.F.T., 14, lutou com o pai, tentando evitar que ele se matasse.
Lúcia foi atingida na mão esquerda por uma bala. Ela foi socorrida pelo pronto-socorro do hospital Oswaldo Cruz.
Além do casal e do filho, também estava no apartamento na hora do crime Bernardina de Jesus Rocha, mãe de Lúcia. Bernardina tem problemas auditivos e disse que não escutou os tiros.
O delegado Paulo Sérgio Silva, do 5º DP, que foi ao local do crime, concluiu que se trata de homicídio. ``O apartamento estava sujo de sangue, o corpo tinha várias perfurações e a arma estava cinco metros distante dele", disse.
Para o delegado Osmar Ribeiro Santos, do DHPP, ``alguém atirou no advogado, pela localização dos ferimentos".
Segundo Santos, havia seis buracos de bala no cadáver: dois no ombro direito, um no braço direito, dois próximos ao ouvido esquerdo e um nas costas. ``Se foi suicídio, há fatos que não estão esclarecidos", disse Santos.
A família foi intimada e deve ser ouvida amanhã ou quarta-feira. Se os depoimentos levantarem dúvidas, será feita a reconstituição do crime, explica Santos.
Versões
Segundo o delegado Paulo Sérgio Silva, a mulher do advogado disse que estava corrigindo provas na sala no momento do crime.
O filho teria passado por ela e ido para um quartinho ao lado da cozinha, onde estava seu pai (veja quadro). Minutos depois, Lúcia teria ouvido os primeiros tiros.
Logo depois, pai e filho teriam entrado pela sala. Agarrado ao pai, A. tentava segurar a arma para que o advogado não se suicidasse.
``Quando levantei da poltrona, assustada, o tiro atingiu minha mão de raspão. Na hora, nem senti dor. Depois, só vi a arma no chão e ele (o advogado) caído", disse.
A. contou ao delegado Osmar Ribeiro Santos que estava em seu quarto e só foi para o quartinho onde estava o pai depois que ouviu os tiros. Ele teria tentado evitar que o pai se matasse.
Segundo o filho, os dois entraram na sala agarrados e um dos disparos atingiu a mãe.
O Departamento de Homicídio fez um exame para tentar encontrar vestígios de pólvora nas mãos de todas as pessoas que estavam no apartamento. Quando esse exame dá positivo, confirma-se que uma pessoa usou uma arma de fogo. Não há prazo para a conclusão do exame.

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