São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Russos e tchetchenos fazem acordo militar

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Negociadores russos e tchetchenos assinaram ontem acordo militar na capital tchetchena, Grozni.
O acordo prevê um desarmamento gradual entre os dois grupos e a libertação de prisioneiros mantidos por eles.
O pacto também prevê a retomada da comunicação de rádio entre o Exército russo e os combatentes tchetchenos.
Depois de amanhã, devem ser feitas oficialmente ordens de troca de prisioneiros entre os grupos.
Ainda não houve acordo político para a região. O maior problema dos negociadores é a decisão sobre o status da Tchetchênia.
Os tchetchenos reivindicam a independência desde 1991. Em dezembro de 1994, a Rússia enviou tropas para reprimir os rebeldes separatistas na Tchetchênia.
O representante russo nas negociações, Viacheslav Mikhailov, disse que um acordo político pode ser assinado hoje.
O acordo deve pôr um fim à guerra de sete meses, que já deixou milhares de mortos.
O líder dos separatistas tchetchenos, Djokhar Dudaiev, disse que as discussões ainda não chegaram a nenhum resultado positivo.
Segundo Dudaiev, as negociações não devem conduzir a um acordo porque os negociadores são muito detalhistas.
O líder tchetcheno disse que não vai aceitar a Tchetchênia ficar sob o poder dos russos. Ele afirmou ontem que tem armas de destruição em massa.
Os representantes vão visitar hoje campo russo onde estão mil prisioneiros tchetchenos. A Rússia diz que os tchetchenos mantêm 300 prisioneiros.
Os russos afirmam que o status final da Tchetchênia não pode ser decidido até as eleições na região, que devem ocorrer em novembro. Os russos também querem um referendo sobre as leis a serem adotadas no local.
Segundo o negociador tchetcheno Usman Imaiev, um acordo político da região está quase decidido e deve sofrer pequenas mudanças hoje. Imaiev não adiantou o conteúdo do possível acordo.
Há mais de um mês, russos e tchetchenos negociam acordo político para o fim do conflito. O acordo não foi feito por causa da indecisão sobre o status da região.
Os russos não querem que a região seja soberana, mas apenas tenha mais autonomia. Os tchetchenos reivindicam a independência.
Os russos e tchetchenos também não conseguem acordo sobre como deve ser o governo provisório na Tchetchênia, até as eleições.
A emissora de televisão russa NTV disse que o presidente da Rússia, Boris Ieltsin, não estava satisfeito com a posição do país quanto ao status da Tchetchênia e pediu uma atitude mais ``dura".

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