São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 1995
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Fraude desmoraliza boxe no país

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O boxe brasileiro está outra vez sob suspeita de fraude.
O episódio envolvendo o norte-americano Tim Clair, que lutou contra o brasileiro José Dinamite Gomes como sendo seu compatriota Lenzie Morgan, abalou ainda mais a credibilidade da modalidade.
A armação foi descoberta após a luta, realizada no último domingo em Belém, no Pará (leia texto abaixo).
``Estamos tomando todas as providências para apurar de quem é a responsabilidade. O caminho certo é anular a luta", diz o vice-presidente da Confederação Brasileira de Pugilismo, Ramon Escobert, 70.
O dirigente, que também é gerente de eventos esportivos da TV Bandeirantes, isenta a emissora de culpa no episódio.
``Nós simplesmente adquirimos os direitos de transmissão do evento. Compramos gato por lebre", diz Escobert.
O empresário argentino Hector Medina, 41, que trouxe o norte-americano ao Brasil, disse que não conhecia o lutador.
``Ele (Tim Clair) veio por conta própria, pois não lhe mandamos passagem aérea. Mas isso aconteceu pela última vez", disse Medina.
Alguns episódios recentes atestam as irregularidades que atingem o boxe no país.
Em 25 de abril último, por exemplo, Luciano Todo Duro Torres venceu o norte-americano Reggie Beker, em Ribeirão Preto, sob vaias do público.
A `luta' estava tão ruim que Beker simulou estar nocauteado no 10º assalto.
Para isso, se jogou ao chão até esperar a contagem do juiz.
Em 2 de maio, em Carapicuíba (SP), a situação foi pior.
O cubano Toyo Perez caiu três vezes ao ser atingido pelo russo Nikolai Kulpin, o que poderia ser considerado nocaute técnico. Em vez disso, acabou vencendo a luta na visão dos jurados.

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