São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 1995
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Best seller da filosofia chega ao Brasil

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

O norueguês Jostein Gaarder, 43, parou de dar aulas de filosofia para o segundo grau depois que publicou ``O Mundo de Sofia". O livro tornou-se um best seller mundial e Gaarder, muito rico.
``O Mundo de Sofia" foi publicado em 1991 na Noruega, onde vendeu 150 mil exemplares. Depois, saiu na Dinamarca, na Suécia e na Finlândia e em todos esses países entrou nas listas dos livros mais vendidos.
Em agosto de 1993, ``O Mundo de Sofia" foi publicado na Alemanha, onde vendeu 1,2 milhão de exemplares. Daí, foi para o mundo. O livro de Gaarder já foi traduzido para 38 línguas e será lançado no Brasil no próximo dia 10 de agosto pela Companhia das Letras.
O segredo de tanto sucesso nem o próprio autor sabe. ``O Mundo de Sofia" é, resumindo, uma história da filosofia para adolescentes, escrita como se fosse um livro de detetive (leia texto abaixo). O fato é que, com linguagem simples e muitos exemplos, Gaarder angariou uma legião de leitores adultos que sempre quiseram saber, afinal, o que pensavam Sócrates, Sartre ou John Locke (leia quadro à pág. 5-3), mas não se atreviam a enfrentar um livro ``impenetrável".
Jostein Gaarder falou à Folha por telefone, de Oslo, na Noruega, sua cidade natal, onde mora.

Folha - Você tem uma filha como Sofia?
Jostein Gaarder - Não, eu tenho dois filhos. Um tem 11 anos e o outro, 19, mas tinha 15 quando escrevi ``O Mundo de Sofia". Mas Sofia tinha que ser uma menina. Sofia significa ``sabedoria" e na tradição européia a ``sabedoria" é um conceito feminino. Por quê? Acho que as mulheres são mais curiosas do que os homens e a sabedoria e a filosofia têm a ver com isso. Também para as mulheres é mais importante tentar entender as coisas, enquanto que para os homens é melhor ser entendidos.
Folha - Você acha que há diferença na maneira como adultos e adolescentes lêem seu livro?
Gaarder - Acho que sim. Talvez os adolescentes sejam mais seduzidos pelo enredo da história das duas garotas. Talvez os adultos achem essa parte infantil, chata e leiam com mais atenção as partes de filosofia propriamente. Mas, em geral, os jovens são mais curiosos que os adultos. São mais capazes de se admirar com a vida e a filosofia é justamente isso: poder se admirar com a vida.

LEIA MAIS
Sobre ``O Mundo de Sofia" às páginas 5-3 e especial 1 e 2

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