São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 1995
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Montanhas parecem `engolir' Santiago

ELIANE SILVA
DA ENVIADA ESPECIAL AO CHILE

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez, na capital chilena, percorrer os pouco mais de 17 km até o centro e olhar o céu que circunda a cidade, o turista pode até imaginar que as montanhas vão engolir a cidade. Pura imaginação.
Santiago, com seus quase 5 milhões de habitantes, é quem corre em direção à cordilheira. Os bairros mais luxuosos, onde vivem os abonados chilenos, são erguidos cada vez mais próximos à cadeia de montanhas. É comum se ouvir na cidade: ``Quanto mais rico, mais perto da cordilheira mora."
A maioria das edificações desses bairros foi construída para suportar abalos sísmicos. A região está em área propensa a terremotos -o último ocorreu há dez anos.
Mas a suntuosidade das construções dos bairros nobres não chega a embaçar o espetáculo arquitetônico e histórico que mora no centro da cidade, que já foi administrada com ``mão de ferro" pelo ditador Augusto Pinochet.
Na Plaza das Armas, no coração da cidade, erguem-se a monumental Catedral de Santiago, o Museu Histórico Nacional e a prefeitura. Os dois últimos ocupam o antigo Palácio dos Governadores, em estilo colonial. A diversidade de pessoas que passam ou trabalham na praça é um espetáculo à parte.
O Clube Hípico de Santiago -em estilo inglês- abriga apostadores de todas as classes sociais. O hipismo é uma das paixões nacionais. O local ainda guarda espaço para uma concha acústica destinada a apresentações musicais.
O comércio do centro apresenta ótimas opções para o brasileiro que vive a ressaca do real. É possível comprar -sempre pechinchando- ótimos casacos, sapatos e bolsas por preços em média 40% menores que os do Brasil.
Até calçados ``made in Brazil", produzidos em Franca (SP) e no Vale dos Sinos (RS), são encontrados por preços inimagináveis.
Só para dar uma idéia, é possível comprar uma bota de couro legítimo por US$ 30 ou US$ 40 ou uma camisa de flanela por US$ 7. Os preços nos shoppings são mais salgados, mas ainda competem com os brasileiros.
Mesmo os camelôs vendem produtos de boa qualidade e com preços suaves para o bolso do turista.
O viajante não pode deixar o Chile sem levar uma jóia ou bijuteria com a pedra natural do país: o lápis-lazúli, uma bela pedra azul.
No bairro Bela Vista -onde viveu o poeta Pablo Neruda (1904-1973)- há lojas que vendem artesanato e jóias, com preços bem convidativos.

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