São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995 |
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BC reprime especulação com dólar
LUIZ ANTONIO CINTRA
No jargão dos operadores do mercado financeiro, hoje o mercado cambial é muito menos volátil do que era antes das mudanças criadas pelo BC no dia 21 de junho. O preço de um ativo -como o dólar ou o ouro, por exemplo- é mais volátil na medida em que apresenta maior oscilação. A variação média do dólar comercial entre os dias 7 de março e 22 de junho foi de 0,40% -para mais ou para menos. A menor volatilidade cambial faz com que o investidor estrangeiro tenha maior segurança para trazer recursos para o país. Duas novidades criadas pelo BC são apontadas pelo mercado como as principais causas da maior estabilidade do mercado de dólar. Por um lado, a nova forma dos leilões do BC -o leilão eletrônico de duas pontas ou de spread. No leilão de spread, o banco que deseja negociar com o BC é obrigado a mostrar dois preços, o de compra e o de venda. Antes, o BC ficava sabendo, por exemplo, apenas o quanto o banco comprador estava disposto a pagar pelo dólar. A outra ponta, ou seja por quanto esse mesmo banco venderia os dólares, não era mostrada. Por outro lado, o BC passou a atuar dentro das intrabandas -uma faixa dentro da banda de variação, que hoje é de R$ 0,91 a R$ 0,99. Na sexta-feira, a intrabanda era de R$ 0,936 e R$ 0,937. Ou seja, o BC comprava quando o dólar chegava a R$ 0,936 e vendia quando subia a R$ 0,937. ``A menor volatilidade do mercado de dólar é precondição para a internacionalização da economia", diz Reinaldo Le Grazzie, gerente de derivativos do Lloyds Bank. A menor volatilidade, na avaliação de Grazzie, abre caminho para o ``alongamento dos prazos das operações". Olímpio Matarazzo, diretor do Banco Patrimônio, diz que hoje os bancos estão ``mais conservadores em suas operações". ``O BC matou a especulação sem fundamento econômico, como a que ocorreu em março", diz. Texto Anterior: Novos fundos vão render bem menos do que o CDB Próximo Texto: ``Strip-tease" tributário Índice |
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