São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 1995
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Saiba evitar problemas na hora de estacionar

DANIELA FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Segundo o Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa o Consumidor), as reclamações mais frequentes contra estacionamentos se referem ao furto do automóvel (subtração sem violência) ou roubo (com violência ou ameaça), cobrança indevida, maus serviços e reajustes dos contratos mensais.
Deixar o carro no estacionamento é um procedimento que se tornou habitual em São Paulo, uma cidade que tem em média 245 veículos furtados ou roubados diariamente e onde é difícil encontrar uma vaga para estacionar.
Para evitar surpresas, o motorista precisa tomar certos cuidados e saber como agir quando tiver problemas com os estabelecimentos.
A Lei Municipal 10.581 obriga os estacionamentos a colocar em local visível a tabela de preços cobrados por período ou por hora.
``É importante que as pessoas pesquisem preços e prestem atenção aos valores exigidos", afirma Maria Stela Gregori, 36, assistente de direção do Departamento de Atendimento e Orientação ao Consumidor do Procon.
O advogado Raphael Cilento, 62, diz ``não ter olhado direito a tabela" no momento em que deixou seu carro em estacionamento na rua Estados Unidos (Jardins, zona oeste), em área descoberta e sem pavimentação. Pagou R$ 13 (valor do período de seis horas).
``Este preço é uma exploração", reclama o advogado.
Se a intenção for deixar o carro por alguns minutos, é melhor procurar estabelecimentos que cobrem por hora, orienta o Procon. É também importante verificar o horário de funcionamento do local.
Responsabilidade
Alguns estacionamentos ainda inscrevem nos tíquetes que não se responsabilizam por danos ao veículo ou pelo furto do carro e de objetos no seu interior.
Segundo Gregori, o Código de Defesa do Consumidor diz que são nulas as cláusulas que exonerem ou atenuem a responsabilidade do prestador de serviços nesse caso.
Ayres Rodrigues Simões Filho, analista de sistemas, 32, diz ter sentido, ao retirar seu carro do estacionamento Pare K, na rua Cunha Gago (Pinheiros, zona oeste), forte cheiro de tinta no veículo.
``O local é meio escuro e não percebi nada naquele dia", afirma Simões. Ele diz que constatou várias avarias posteriormente (pára-choque traseiro amassado, lanterna trocada e pintura com resíduos de pasta de polir).
Michel Augusto Zakka, 24, dono do Pare K, diz que o carro já teria chegado amassado ao estacionamento no dia em que Simões sentiu o cheiro de tinta.
``Devido à pouca luminosidade da garagem, é impossível fazer um trabalho de funilaria e pintura no local. E só o dono pode retirar o carro, já que há um controle feito por computador".

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