São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Polícia ouve vizinho de advogado morto

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia ouviu ontem o depoimento de um amigo do estudante A.F.T.S., 15, para saber detalhes do relacionamento do estudante com o pai, o advogado José Francisco da Silva, 68.
Silva foi morto com cinco tiros na noite do último dia 22 em seu apartamento na Aclimação (região central de SP). Seu filho assumiu a autoria do crime em depoimento ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
O estudante Ricardo Cardoso, 22, já havia sido ouvido informalmente na última sexta-feira. Ele disse não acreditar que A.F.T.S. tenha cometido o crime e que o amigo nunca se mostrou preocupado com a saúde do pai.
A.F.T.S. havia afirmado ao depor que matou o pai para aliviar o sofrimento do advogado. Silva, segundo o filho, desconfiava ter câncer e tinha frequentes crises de azia, falta de ar e tosse.
Peritos do Instituto Médico Legal não constataram que o advogado tivesse câncer, mas disseram que ele tinha outras três doenças. Uma delas, a miocardioesclerose (enfraquecimento do músculo do coração), provocaria falta de ar.
O depoimento de Cardoso durou cerca de duas. Na noite do crime, A.F.T.S. dormiu no apartamento da testemunha. Em seguida, o adolescente foi para a casa de um tio em Sorocaba (a 87 km de SP).
A polícia também ouviu o depoimento de um funcionário do prédio para saber se alguma pessoa estranha esteve no apartamento de Silva no dia do crime.
O delegado Osmar Ribeiro Santos, 35, do DHPP, disse esperar a conclusão do laudo que verificará de qual arma saíram os disparos que atingiram Silva. No apartamento havia duas armas -um revólver e uma pistola. A.F.T.S. disse ter usado o revólver.

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