São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Cetesb deve restringir carros no centro

DA REPORTAGEM LOCAL

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) pretende fazer até o fim deste mês um teste para restrição da circulação de carros no centro.
``É uma forma rápida e barata para reduzir a poluição e o combustível, a exemplo do que acontece em cidades como Atenas e Santiago", disse Alfred Szwarc, 42, diretor de engenharia ambiental da Cetesb.
Durante uma semana, os motoristas teriam de deixar o carro em casa pelo menos um dia, dependendo do número final da placa. Quem desrespeitasse a recomendação receberia uma multa simbólica (sem valor).
Além do teste, segundo Szwarc, a Cetesb pode determinar um rodízio obrigatório se for decretado estado de alerta. Isso acontece quando a qualidade do ar piora muito.
``Temos intensificado a fiscalização de veículos a diesel, como ônibus e caminhões, para diminuir a poluição na cidade, mas, mesmo assim, a situação do ar não está boa", disse o diretor da Cetesb.
Além do monóxido de carbono (expelido pelos carros, na queima do combustível), outro gás tem preocupado a Cetesb: o ozônio.
O ozônio surge a partir de reação fotoquímica entre o óxido de nitrogênio e o monóxido de carbono, na presença dos raios solares.
Na estratosfera (camada superior da superfície da terra), o ozônio forma uma camada que filtra raios solares, que podem causar câncer. Na atmosfera, causa irritação de nariz e garganta, tosse e envelhecimento precoce.
No sábado passado foi registrado o mais alto nível de ozônio no ar de São Paulo. Na Lapa (zona oeste), o índice chegou a 762 microgramas por metro cúbico.
Se tivesse atingido 800, a Cetesb decretaria estado de emergência e interromperia o trânsito na região -o que nunca aconteceu.
Anteontem e ontem, a Cetesb registrou índices menores de ozônio na Lapa -149 e 98 microgramas por m³, respectivamente.
Mesmo assim, se o tempo continuar como esteve nos últimos dias -quente, ensolarado e com pouco vento-, a concentração de ozônio pode voltar a crescer.
Essas condições são favoráveis ao aparecimento do ozônio e desfavoráveis a sua dispersão.

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