São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Promotor vai apurar mortes em hospital

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público de São Paulo começou a analisar ontem documento do médico Ronaldo Fiore denunciando 14 mortes por ``falha na estrutura hospitalar e falta de controles médicos" no Hospital Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
Fiore, que trabalha no hospital há oito anos, encaminhou cópias de prontuários com nomes de médicos e pacientes.
Ele junta documentos das 14 mortes, que, segundo sua avaliação, poderiam ser evitadas pelo hospital.
O médico estima que, nos últimos dois anos, pelo menos 200 mortes teriam ocorrido no hospital por falha na estrutura, fornecimento inadequado de medicamentos, negligência ou imperícia por parte de médicos e enfermeiros.
O diretor-geral do hospital, Paulo Sérgio Angelis -também citado na denúncia- instituiu uma sindicância interna.
Segundo o diretor, Fiore estava em férias e deve retornar ao trabalho hoje.
``É a primeira vez que recebemos uma denúncia formal por parte do médico", diz Angelis.
Duas outras sindicâncias já estão em andamento. Uma delas é da Secretaria de Estado da Saúde, que tem 30 dias para se manifestar sobre as denúncias.
A outra sindicância está sendo feita pelo Conselho Regional de Medicina.
Segundo o CRM, os diretores e todos os médicos envolvidos serão ouvidos ao longo deste mês.
A assessoria do procurador-geral do Estado de São Paulo começou a analisar as denúncias do médico ontem.
Uma das possibilidades é que seja nomeado um promotor para acompanhar o caso. É possível também que seja determinada a abertura de um inquérito policial para investigar os fatos.

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