São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Tecnologia transforma empresas em hidras

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Onde termina a TV inteligente e começa o microcomputador? No futuro, a TV incluirá o micro ou o PC vai incorporar a TV? Essas questões, ainda em debate, já não preocupam Jairo Cupertino, presidente da Itautec Philco S/A.
A fabricante de produtos de informática e a de televisores e outros produtos de consumo fundiram-se em agosto do ano passado e a ordem, segundo seu presidente, é misturar produtos.
Hoje, uma das funções da divisão Philco é fornecer monitores para os micros da divisão Itautec. A meta é produzir 100 mil micros este ano, contra 46 mil em 94. Para 96, a idéia é vender monitores para outros fabricantes, revela Maurício Vaz Leonardo, gerente geral de microinformática.
O ajuste de rumo mercadológico, as mudanças tecnológicas e o fim da reserva de mercado de informática tornaram a Itautec Philco incomparável com seu passado. ``As empresas transformaram-se em hidras", diz Cupertino, invocando as mitológicas serpentes de sete cabeças.
Com a fusão, todas as funções duplicadas em Itautec e Philco foram eliminadas, gerando um corte de 15% nos custos fixos, e a manufatura foi unificada.
A Itautec, antes controladora de outras empresas, comprou as instalações de controladas e absorveu fabricação e comercialização dos produtos. A Itautec Informática, por exemplo, hoje limita-se a cuidar do aluguel de equipamentos.
Mudança radical ocorreu também com a Itautec Componentes, que agora faz apenas assistência técnica e manutenção.
Cupertino lembra que, nos tempos da reserva de mercado, as empresas eram obrigadas a se subdividir para poder ver seus projetos industriais aprovados.
O fim da reserva, em 1992, e a abertura às importações praticamente obrigaram as empresas instaladas no país a enxugar suas estruturas para poder competir.
A fusão Itautec Philco obedeceu a essa receita e, agora, os recursos multimídia aproximam ainda mais as divisões de computadores e de produtos de consumo.
O jeito de decifrar essas hidras é avaliar as ligações por tecnologia, por semelhança de produto, diz Cupertino. Acredita que o critério de valor adicionado seja o mais adequado para aferir o desempenho das empresas. ``Não dá para comparar quem só importa ou terceiriza tudo com quem produz e treina pessoal para isso."
(LR)

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