São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Pilotos da F-Indy enfrentam Erin

MAURO TAGLIAFERRI
ENVIADO ESPECIAL AOS EUA

Depois de provocar uma verdadeira ventania ao correr a 360 km/h no circuito oval de Michigan (região centro-norte oriental dos Estados Unidos) no domingo, parte dos pilotos brasileiros da Fórmula Indy enfrenta agora uma turbulência inesperada.
Ontem pela manhã, os corredores do Brasil que vivem na Flórida se preparavam para a chegada do furacão Erin à região.
``Já tirei os móveis do lado de fora da casa, amarrei os vasos e vou esvaziar a piscina", contou, por telefone, Mauricio Gugelmin.
Segundo o brasileiro, ele não precisará sair de sua casa, em Fort Lauderdale. ``Moro mais para dentro do continente. As áreas que serão evacuadas ficam na costa", disse o piloto.
Ainda assim, ele se precavia para qualquer emergência. ``Se o negócio apertar, corremos para o banheiro, que é a parte mais resistente da casa", afirmou.
Mais dramática é a situação de Raul Boesel, que mora em Key Biscayne. ``Teremos de sair daqui de qualquer jeito. Tenho reservas num hotel em Orlando".
Quando atendeu à reportagem da Folha por telefone, o brasileiro contou que fechava toda sua casa por fora, vedando as janelas com painéis de alumínio.
``Tirei meu barco da água também. Fica menos perigoso. O único risco é alguma coisa voar e pegar nele", afirmou.
O piloto não havia passado por situação semelhante, mas sua mulher, Vera, já.
``Ela estava aqui quando houve o furacão Andrew. Eu estava correndo em Elkhart Lake, em Wisconsin (região centro-norte oriental dos EUA) e não pude voltar para casa porque o aeroporto de Miami fechou", disse o piloto.
Para Boesel, o pior de tudo é que se desconhece o quanto a água do mar vai subir, pois o Erin vem acompanhado de tempestades.
``Minha casa fica um metro acima do nível da rua. Acho que não vai alagar. Mas, se a água salgada subir muito, vai matar toda a vegetação", disse.
Mais sorte tiveram os pilotos Christian e Emerson Fittipaldi. Os dois saíram da Flórida anteontem.
Se tivesse ficado, Christian estaria na mesma situação de sua irmã, Roberta Fittipaldi, que vive em Boca Raton.
``Estou de saída para Orlando. Moro aqui há um ano e nunca passei por uma situação como essa", afirmou ela.

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