São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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Concessões reabrem até outubro, afirma Motta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, anunciou que até outubro vai reabrir o processo de concessões de canais de rádio e TV. Desde 1990, o governo federal não outorga novas concessões.
Segundo Motta, o ministério está finalizando os novos critérios para conceder canais de rádio e TV. Uma das novidades é que haverá concorrência pública para a escolha do concessionário.
Atualmente, não existem regras específicas para a escolha do vencedor. Prevalece a ``livre-escolha" do ministro e da Presidência.
O ministério também já decidiu que a concessão será paga. Hoje, uma pessoa ganha o canal de rádio ou TV de graça e paga taxas anuais simbólicas. No caso das rádios, os valores variam de 53,61 Ufirs (R$ 40,55) a 160,83 Ufirs (R$ 121,65) por ano.
Motta afirmou ontem que os novos valores irão variar de acordo com a lucratividade do serviço.
Essas novas regras também servirão para outros serviços de comunicação, como o ``trunking" (telefonia móvel voltada para empresas) e a radiochamada (ou ``pager", o serviço de mensagem que sucedeu os antigos bips).
Segundo Motta, em caso de empate no processo de concorrência, o ministério irá ``privilegiar" quem não tiver outra concessão.
Todas as alterações no regime de concessões serão feitas por meio de decreto, que não precisa ser aprovado pelo Congresso. Mas o ministro afirmou que vai consultar os parlamentares.
O ministério também praticamente já concluiu decreto sobre radiofrequência -caminhos percorridos pela ondas de rádio e TV.
Com novas tecnologias, o ministério conseguiu ``comprimir" o espaço entre as ondas. O resultado prático disso é que agora é possível a existência de mais rádios e TVs nos mesmos espectros.
Hoje, existem 1.973 rádios AM (ondas médias) no país. A saturação estava próxima, pois o limite máximo era de 2.097. Com a compressão, o ministério pode distribuir 10.547 canais de rádio.
``O nosso objetivo é ter pelo menos duas rádios em cada cidade", disse ontem o secretário de Administração das Comunicações do ministério, Lourenço Chehab.
Ele ressaltou, no entanto, que a grande maioria das regiões metropolitanas não será beneficiada porque já estão saturadas.
Os serviços de ``trunking" e de radiochamada também terão mais canais. O ``trunking" passará de 900 para 12.960 canais e a radiochamada, de 71 para 131. Os canais de TV em VHF e UHF passarão de 329 para 393.

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