São Paulo, quinta-feira, 3 de agosto de 1995
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Árvores e homens

A idéia da Prefeitura de São Paulo de desviar o trajeto da extensão da avenida Faria Lima para preservar um jequitibá-rosa de 36 anos de idade é inaceitável. A alteração do traçado exige a desapropriação de mais cinco casas e terrenos. Além dos transtornos para as famílias atingidas, os custos para a prefeitura, ou seja, o contribuinte, podem chegar a R$ 800 mil. Se o projeto vingar, a Prefeitura de São Paulo, graças ao prefeito Paulo Maluf, poderá comemorar o fato de possuir o que provavelmente será a árvore mais cara do mundo.
O pior de tudo é que existem alternativas bem mais simples para preservar tanto o jequitibá quanto o suado dinheiro do contribuinte. Se a árvore estiver em boas condições de saúde, as chances de uma remoção bem-sucedida são bastante boas, dizem os técnicos. Se a frondosa árvore estiver infestada de cupins, é só uma questão de tempo para que ela acabe morrendo.
Enquanto milhares de brasileiros morrem nas filas de hospitais públicos falidos, o prefeito pretende gastar R$ 800 mil para salvar uma árvore, que, de resto, pode ser salva a um custo bem menor.

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