São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Relator admite baixar proteção para salários

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da MP (medida provisória) que acabou com o reajuste automático de salários, senador Coutinho Jorge (PMDB-PA), disse à Folha que admite reduzir a faixa salarial que seria beneficiada pelo reajuste anual da inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Inicialmente, ele propunha proteção para até três salários mínimos. Agora aceita baixar para dois mínimos, se isso facilitar o entendimento com o governo.
``O mecanismo pode ser alterado, o que deve permanecer é o princípio da proteção aos baixos salários", afirmou.
Ele aceita também discutir a substituição da correção por algo que impeça a perda de poder aquisitivo -inclusive participação nos lucros, como propõe o ministro Paulo Paiva (Trabalho).
Na próxima semana, a Comissão Especial do Congresso que estuda o MP vai ouvir empresários, sindicalistas e os ministros da área econômica. No dia 14, o relator submeterá seu parecer a votação.
Os parlamentares governistas da comissão apostam na aprovação da MP caso o Congresso vote também a participação dos trabalhadores nos lucros. A a estratégia do governo é apoiar a aprovação da distribuição dos lucros para facilitar a votação da livre negociação.
O presidente da comissão, deputado Efraim Morais (PFL-PB), disse que, com a participação nos lucros, a tramitação da MP será facilitada porque o governo terá mais argumentos para convencer parlamentares indecisos.
O deputado Betinho Rosado (PFL-RN) disse que a indexação dos salários tem forte apelo social, mas que os reajustes automáticos precisam ser combatidos.

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