São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Prefeitura diz que libera shopping em Higienópolis

NELSON BLECHER; VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma ruidosa polêmica que se arrastou por 13 meses, a Prefeitura de São Paulo disparou o sinal verde para a construção do primeiro shopping center em Higienópolis, bairro de classe média alta na região central da cidade.
``Com as modificações que recomendamos, a aprovação será fato consumado", disse à Folha, na quarta-feira, o secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl.
Estavam pendentes a ampliação do número de vagas na garagem e a eliminação de um dos seis pavimentos do shopping. Quatro outros níveis serão destinados às garagens, que acomodarão 1.300 veículos.
Como o Grupo Vitor Malzoni, responsável pelo empreendimento, anunciou ter acatado as exigências, as obras do Páteo Higienópolis, como foi batizado, já têm data para começar: fevereiro de 1996.
Contra o projeto -um centro de compras com até 180 lojas, inspirado no Pateo Bullrich, de Buenos Aires, que ocupa a área de um antigo armazém destinado a leilões de gado- insurgiram-se associações de moradores.
Uma delas, a Sociedade Amigos de Vila Buarque, Santa Cecília, Higienópolis e Pacaembu, continua tentando barrar o projeto na Justiça (leia texto nesta página).
``Vamos erguer um shopping moldado para um bairro de intelectuais. Isso não significa algo luxuoso, mas simples e de bom gosto", diz Paulo Malzoni, 53, presidente do grupo Vitor Malzoni, também proprietário do West Plaza, Paulista e Plaza Sul.
O investimento necessário para tirar o projeto do papel é estimado em US$ 100 milhões. Malzoni projeta em US$ 150 milhões o movimento anual de vendas -embora, segundo ele, ainda não tenham sido iniciadas as negociações com varejistas interessados em fincar sua bandeira.

Âncora
Projetado pelo arquiteto Alberto Botti, o Páteo Higienópolis ocupará um terreno de 14,5 mil m2 pertencente à Fundação Wessel, que administra o espólio do empresário Ubaldo Conrado Wessel.
Morto em 1993 aos 104 anos, sem deixar herdeiros, o empresário, um pioneiro no ramo do papel fotográfico, destinou em testamento a renda gerada pelo seu patrimônio imobiliário a instituições filantrópicas e um prêmio para bombeiros que se destacassem por atos de heroísmo, de acordo com o advogado da fundação, Admar Kenan.
Entre as instituições beneficiadas, constam o Hospital do Câncer e SOS Criança.
Diferentemente de shoppings convencionais, que são ancorados por grandes magazines ou supermercados, a loja âncora do Páteo Higienópolis, em razão da falta de espaço, será uma livraria ou uma loja de artigos esportivos.

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