São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Cabeleireira quer casar pela 5ª vez

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ana Maria Pinto, 46, só fez o teste de Aids em 1987, mas diz que seu bolo de comemoração do HIV deve ter 14 velinhas. ``Em 81 eu caí doente com diarréia, tive gânglios, perdi peso. Os médicos não sabiam o que era, só sabiam que eu estava morrendo."
Anos depois, quando o HIV ficou conhecido, Ana soube que um de seus primeiros namorados tinha morrido de Aids. Em 87, ela fez o teste. ``Fiquei tão deprimida que caí doente. No Emílio Ribas, me deram dois meses de vida."
Nessa época, Ana já estava no quarto casamento. ``Infernizei tanto meu marido que ele acabou indo embora. Nós ficamos três anos juntos e ele não pegou o vírus."
Desde então, Ana se trata com homeopatia. ``Nunca tomei remédios convencionais e me sinto mais alegre e bonita." Ana está solteira e cheia de projetos. ``Quero ir para o quinto casamento."
Ela só reclama da falta de tempo. Parte da semana ela trabalha como cabeleireira em São Paulo. De quinta a domingo, fica em Caraguatatuba (190 km a leste de SP), onde faz massagens e terapias alternativas.
Seus clientes são, na maioria, doentes de Aids ou portadores do vírus. 60% são mulheres.
Ana diz que é bastante conhecida em Caraguatatuba. ``Adoro um chopinho, gosto de dançar e não escondo que tenho o HIV. Acho importante mostrar que estamos vivos e muito bem."
(AB)

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