São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Escola não quis aceitar garoto

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Vítima de provável contaminação de Aids durante a gravidez, o estudante L.S., 12, tem mostrado uma resistência física que supera as expectativas da família que o adotou há quatro anos.
O caso de L.S. ficou conhecido, em junho, na Fundação Educacional do Distrito Federal e no Ministério de Saúde porque a diretora da escola pública em que se matriculou, em maio, não quis aceitá-lo por não saber lidar com aidéticos.
O caso foi solucionado após esclarecimentos prestados à diretora sobre a inexistência de casos de contaminação no convívio social.
``Às vezes, ele não pega a gripe que os meus três filhos pegam e tem uma saúde que espanta para um portador do vírus da Aids", afirma a mãe adotiva V.S..
Para a mãe, a causa da resistência talvez possa ser atribuída à hipótese de que ele tenha contraído o vírus nos últimos momentos da mãe biológica, que morreu em 91.
Filho de uma família pobre da periferia de Belém, L.S. cuidava da mãe biológica quando ela já estava na fase terminal da doença.
Segundo V.S., L.S. limpava o sangue da mãe nos ciclos menstruais. ``Acho que sou um garoto normal, mas minha mãe não me deixa correr, pegar sol. Eu queria lutar arte marcial", disse ele.

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