São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Caso é isolado, diz Mendonça

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, disse ontem que a concordata da Mesbla reflete problemas específicos da empresa.
Segundo descrição de seus principais credores, a Mesbla enfrentou problemas com a combinação de três fatores: 1) endividamento muito elevado; 2) altas taxas de juros; 3) queda ligeira do consumo.
Para reforçar seus argumentos, Mendonça de Barros lembrou que a concordata era esperada pelo mercado. Tanto que os bancos credores já vinham fazendo provisões (mantendo recursos em reserva contra créditos de duvidoso recebimento).
O secretário afirmou ainda que o governo já está promovendo uma queda gradual das taxas de juros. Ontem, o BC puxou novamente a taxa no over (negócios de um dia com títulos públicos) para baixo e sinalizou nova queda para o dia 8 (leia na página 4).
Mendonça de Barros disse ainda que o governo já está afrouxando, também de forma gradual, as restrições ao crédito. Anteontem, o BC (Banco Central) aumentou o prazo, de três para seis meses, para os financiamentos de veículos.
Apesar de a Mesbla ter sido um caso específico, Mendonça de Barros acredita que ``o setor de distribuição (comércio incluído) vai passar por uma reorganização gigantesca, semelhante à ocorrida com a indústria na década de 1970".
Não é por acaso que a concordata da Mesbla acontece no mesmo momento em que uma das principais redes de varejo norte-americana, a Wal-Mart, começa a atuar no país.
A reorganização acontecerá com o aumento da participação do capital estrangeiro no setor e refletirá a maior abertura da economia. A distribuição administra a participação de produtos nacionais e estrangeiros no mercado.

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