São Paulo, sábado, 5 de agosto de 1995
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Nomes

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Ouvi, nesta semana, que a década de 70 foi a fina flor do mau gosto. Discordo. Produziu coisas bem legais, entre elas, nomes de esportistas.
Na F-1, no futebol, vibrávamos com fulanos de nomes estranhos, como Jack Ickx, Mario Kempes, Van der Kerkoff, Franz Beckenbauer, François Cevert, Neeskens.
A lista é infinita. Teofilo Cubillas, Trésor, Jacques Laffite, Daniel Passarella, Mazurkiewzc, Ronnie Peterson.
É como tentar lembrar de seriados e desenhos antigos. Se ficar falando, dá para encher umas três páginas.
Hoje em dia, convivemos com inhos e inhas. Só de Marcelinhos, dá para montar um time. Nos 70, tínhamos apenas dois Marinhos, diferenciados pelos sobrenomes, Perez e Chagas.
Até os nomes compostos eram mais interessantes. Paulo César Carpegiani, convenhamos, é mais pomposo que Mauricio Copertino.
Sinta, por exemplo, a sonoridade desta linha de chegada, de Kyalami (outro nome sensacional), em 75: Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Patrick Depailler, José Carlos Pace, Niki Lauda e Jochen Mass.
É claro que o critério é subjetivo. Cada um terá sua própria lista, mesmo que formada por nomes atuais, pernas-de-pau ou braços-duros. A minha é dos tempos do antigo ``Esporte Espetacular", aquele do tema musical inigualável (``papapapa-pá-papa...").
De qualquer forma, a F-1 passou a acreditar, na última semana, que a solução de todos os problemas será justamente resgatar um nome do passado: Villeneuve.
O filho de Gilles encarou um teste na Williams e se deu bem. Reverteu os prognósticos. Já é cotado como futuro campeão.
Será? Tomara. Schumacher -que tem nome de goleiro- precisa de rivais a altura. E, se o moleque canadense for mesmo o que promete ser, vamos ter um Mundial dos diabos em 96.
Com base na especulação atual, seria o seguinte: Frentzen e Villeneuve, na Williams; Alesi e alguém, na Benetton; Schumacher e Berger, na Ferrari; Coulthard e Hakkinen, na McLaren.
Barrichello seria o alguém perfeito (para os brasileiros) da Benetton. E o boato mais incrível e, por isso mesmo, mais saboroso: Prost a bordo de um vermelho e branco, graças à Mercedes -o francês flerta com a fábrica desde que se desligou da Renault.
Em tempo, Elias Figueroa, Vacaria e Rondinelli.

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