São Paulo, quarta-feira, 9 de agosto de 1995 |
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ACM ataca Serra e afirma que governo privilegia SP Senador afirma que o Estado "pode tudo porque está no poder" LUCAS FIGUEIREDO
ACM também criticou a atuação do governo na área social. Os ataques foram feitos durante debate no Senado, quando Serra e o ministro Raimundo Brito (Minas e Energia) falavam sobre a privatização do setor elétrico. Durante cerca de 30 minutos, os congressistas pararam o debate para que ACM atacasse o governo e Serra apresentasse a defesa. ``São Paulo pode tudo porque está no poder", disse ACM. Serra respondeu a crítica, dizendo que não era somente São Paulo que estava representado no governo, mas também o Nordeste, e que o poder da Bahia não podia ser menosprezado. Foi uma referência implícita à influência de ACM junto ao governo. O senador indicou seu afilhado político Raimundo Brito -também do PFL- para ocupar ser ministro das Minas e Energia. ACM disse que o governo privilegia São Paulo em detrimento de outros Estados, principalmente das regiões Norte e Nordeste. ``O Brasil não suporta mais e o senhor é responsável por isso", disse. O senador afirmou ainda que ``não será com o `programa solidariedade' que a fome vai desaparecer". ACM referia-se ao ``Comunidade Solidária", programa do governo na área social, comandado pela primeira-dama, Ruth Cardoso. ``A fome vai acabar com programas sérios", disse. A assessoria da primeira-dama disse que ela não comentaria a afirmação. Para ACM, o governo tem privilegiado São Paulo ao permitir que empresas do setor elétrico do Estado voltem a ficar inadimplentes com o governo. Serra disse que era normal que o senador apresentasse reivindicações do Nordeste e negou que estivesse privilegiando São Paulo. ACM interrompeu a fala do ministro para perguntar se as empresas paulistas do setor elétrico haviam pago às estatais do governo que produzem energia. ``Pagou ou não pagou?", perguntou duas vezes, enquanto Serra falava. Raimundo Brito tomou a palavra e disse que as empresas paulistas não estavam pagando de forma integral ao governo. ``O problema já está encaminhado", afirmou Serra, tentando encerrar o assunto. ACM retrucou e disse: ``Eu queria encaminhar os meus problemas assim". À saída do debate, ACM cobrou compensações do governo à região Nordeste pelo fato de estar supostamente privilegiando São Paulo. As compensações, segundo o senador, deveriam ser ``obras, incentivos fiscais e programas de recursos hídricos". Texto Anterior: O homem da decisão Próximo Texto: Elétricas serão pagas em dinheiro, diz Serra Índice |
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