São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MP investiga 73 ex-diretores do Banespa

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público do Estado pediu ontem a quebra do sigilo bancário de dez empréstimos concedidos pelo Banespa nos últimos oito anos e do sigilo funcional de 73 ex-diretores do banco.
A promotoria investiga supostas irregularidades na concessão de empréstimos realizados pelo banco durante os governos Orestes Quércia (1987/91) e Luiz Antonio Fleury Filho (1991/95).
Esses empréstimos teriam sido concedidos sem as garantias necessárias de pagamento e teriam gerado dano aos cofres públicos.
No ofício encaminhado ao juiz corregedor da Polícia Judiciária de São Paulo, Francisco José Galvão Bruno, o promotor Waldo Fazzio Jr. argumenta que as informações são necessárias para apurar se houve dano ao patrimônio público.
No ofício, a promotoria pede que a Justiça determine ao Banespa a liberação de todos os documentos funcionais referentes aos ex-diretores, entre eles contrato de admissão, ficha de registro, atestado de frequência, relação de salários pagos mês a mês, atas de posse e desligamento.
No mesmo ofício encaminhado à Justiça, a promotoria pede a quebra do sigilo bancário das operações que permitiram empréstimos às empresas Grupo São Jorge, Mendes Júnior, Tratex, PUC-SP, Hospital Humberto Primo, Gurgel Motores, Consid, Nardini, Vega-Sopave e Companhia Agrícola Vale do Rio Grande.
Além dos documentos referentes às operações, a promotoria quer também ter acesso a auditorias do Banco Central no Banespa.
As informações serão afixadas ao inquérito, instaurado para investigar as operações. O juiz deve se pronunciar ainda hoje.
Boris Tabacof, ex-presidente do Banespa, diz estar tranquilo. ``Minhas contas foram aprovadas, nunca foi levantada qualquer dúvida sobre a minha gestão e espero que tudo se esclareça", afirmou.
``Na minha área, não sei de nenhuma operação que pudesse ser investigada", reagiu Fernando Mathias Mazzucchelli, diretor de crédito imobiliário do banco entre 1991 e 1993. ``Não fui convocado para coisa nenhuma", respondeu.
José Roberto Zacchi, diretor de maio de 1993 a janeiro de 1994, disse: ``Não foi comunicado a respeito disso e estou aguardando mais informações."
Carlos Zsveibil Neto disse desconhecer a citação de seu nome. ``Eu fui diretor de Patrimônio e não autorizei nenhuma operação financeira", afirmou.

Texto Anterior: Jáder tenta articular união do PMDB
Próximo Texto: Fazenda pode estender prazo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.