São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 1995 |
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Tesouro tem déficit de R$ 500 mi
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
Esse foi o segundo déficit mensal do ano. O outro ocorreu em fevereiro. No acumulado dos sete primeiros meses o governo tem déficit, porém menor do que o realizado no mesmo período do ano passado. Os números mostram a diferença entre o dinheiro de impostos, que entra na conta da Secretaria do Tesouro, órgão do Ministério da Fazenda, e o que o Tesouro entrega para os ministérios gastarem. Há três grupos principais de despesas: salários do funcionalismo, investimento e custeio da máquina e juros das dívidas interna e externa. O maior gasto é com salários, da ordem de R$ 2,7 bilhões por mês. Excluída a despesa com juros, o governo federal obteve superávit de R$ 5 bilhões nos primeiros sete meses deste ano. Mas o pagamento de juros comeu todo esse saldo e mais um pouco. No ano passado, excluída a despesa com juros, o governo conseguiu superávit de R$ 15 bilhões, em valores de hoje. Os juros consumiram metade desse saldo, ficando ainda um bom superávit. Para este ano o Ministério da Fazenda prevê equilíbrio nas contas finais. O pagamento de juros certamente será maior do que no passado. Isso porque o Banco Central vem aplicando altas taxas de juros, parte de sua estratégia de estabilização. Arrocho No geral, os números indicam que o governo federal continua aplicando um forte arrocho nos gastos de custeio e investimentos. Em 1993, quando o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso iniciou o programa de estabilização, esses gastos de custeio e investimento eram de R$ 943 milhões por mês. Neste ano, esses gastos subiram para R$ 1,1 bilhão, com crescimento de 16%. Mas a receita cresceu espantosos 44% nesse período de 1993 até aqui. Assim, o saldo mensal médio, excluído o pagamento de juros, saltou de R$ 105 milhões em 93 para a casa dos R$ 900 milhões em 94 e 95. Esse saldo tem sido suficiente para pagar os juros, de modo que o governo federal vem mantendo seu equilíbrio financeiro, embora à custa de deixar a administração a pão e água. Já os Estados e municípios continuam gastando mais do que arrecadam. Texto Anterior: Fábrica da VW pode ir para Poços de Caldas; Ford pode ter férias coletivas em outubro; Feiras movimentam R$ 150 milhões em SP Próximo Texto: Sentido contrário; Receita maior; Créditos duvidosos; Impacto adiado; Na lanterna; Outro extremo; Casa de ferreiro; Concorrência apertada; Visão do corretor; Novo recorde; Elemento de ligação Índice |
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