São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 1995 |
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Ruy Ramos não 'vê' bola
MÁRIO MAGALHÃES
Chamou mais a atenção pelo blazer branco sobre a pele -não usava camisa-, os três colares e as quatro pulseiras, num estilo que no Brasil caracteriza os cantores bregas. (MM) Folha - O que você achou do amistoso? Ruy Ramos - O que achei do jogo? Eu não achei nem a bola. Folha - Você acha que jogou mal? Ramos - Joguei com tendão inflamado. Ontem (anteontem), o técnico me chamou e disse que me daria um presente: jogar contra o Brasil. Não tinha condições. Folha - Mas você mostrou ser o mais técnico da seleção japonesa. Ramos - Que é isso? Se fosse contra um time mais fraco, até dava para eu fazer um comercialzinho. Mas o pessoal daqui ainda tem que levar muita coisa a sério. Folha - Os japoneses tratam você com reverência em campo. Você é o Dunga do time? Ramos - Quem dera... Se fosse, eu estava bem. Folha - Na véspera do jogo, você não quis falar das dificuldades que teve ao chegar ao Japão, há 18 anos. Pode contar agora? Ramos - Se eu contar, você vai começar a chorar. Logo que cheguei, no sexto ou sétimo jogo, saí correndo atrás de um cara em campo. Fui suspenso seis meses. Folha - Por que a seleção japonesa foi um adversário fraco para o Brasil? Ramos - O pessoal tremeu. Se europeu treme diante da amarelinha, imagina os japoneses, que adoram os brasileiros. Texto Anterior: Leonardo diz garantir vaga Próximo Texto: Japoneses torcem como argentinos Índice |
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