São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 1995 |
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Bióloga procura salvar as araras-azuis
MARCELO SOUBHIA
Em 1990, a bióloga Neiva Maria Guedes, 33, foi pela primeira vez realizar trabalho de campo no Pantanal. O motivo: estudar as araras-azuis. Desde que viu cerca de 30 delas em uma árvore, durante um curso de especialização, a bióloga decidiu estudá-las. ``Era uma cena linda e achei que outras pessoas deviam poder vê-la", diz Neiva. No começo, ela pegava carona com fazendeiros para ir a campo. Em 40 dias localizou 56 prováveis ninhos, marcou as árvores e passou a monitorar aqueles ninhos. Uma vez por mês ela verificava o que estava acontecendo. Assim começava o Projeto Arara-Azul. Para melhorar as condições de trabalho, a bióloga partiu em busca de apoio para a pesquisa. Em troca de um carro, ela virou piloto de testes da Toyota, fazendo relatório dos modelos que lhe são emprestados. Além do acompanhamento biológico, que dura até hoje, Neiva realiza um trabalho ecológico, de manejo das aves e de esclarecimento da população local. Ela coloca nas aves um rádio-colar, que emite sinal captado por rádio e permite a localização dos animais. Esse procedimento, que nunca havia sido utilizado para araras, permite acompanhar a movimentação, idade e área habitada pelas aves. Neiva também faz experiências com ninhos artificiais há três anos. Como as árvores grandes, preferidas pelas araras, não são muitas, a bióloga experimentou colocar ninhos em outras árvores, que começam a ser utilizados pelas araras-vermelhas, deixando mais árvores grandes para as azuis. A bióloga continua trabalhando sozinha, mas hoje recebe ajuda financeira de organizações não-governamentais como o WWF (Fundo para a Vida selvagem) e a Smart Family, além do governo do Mato Grosso do Sul, da Fundação Boticário e da Toyota. A Hyacinthine Macan Survival Trust, uma associação inglesa, também colabora com a bióloga. *Colaborou a Reportagem Local Próximo Texto: Ave sensibiliza a população Índice |
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