São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995 |
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Petroleiros preparam greve de 24 horas
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
A proposta será defendida pelo coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Antônio Carlos Spis, no 1º Congresso Nacional dos Petroleiros, que começa hoje em Serra Negra, São Paulo. Segundo Spis, a Petrobrás está aplicando, desde quarta-feira, advertências por escrito e suspensões de 1 até 29 dias a petroleiros que participaram da última greve, que durou 30 dias e foi considerada abusiva pela Justiça. As advertências ou suspensões são aplicadas pela Petrobrás quando o trabalhador comete falta considerada grave. A advertência oral é o primeiro passo, seguida da advertência por escrito e da suspensão. Se alguém recebe uma suspensão de 29 dias, será demitido por justa causa se cometer uma próxima falta grave. ``Não estamos entendendo o porquê de a Petrobrás estar aplicando punições depois de tanto tempo do fim da greve", disse Spis. A paralisação dos petroleiros terminou dia 2 de junho. Spis disse já ter informações de que mais de 450 punições foram aplicadas: 316 em Cubatão, onde a greve contou com a ocupação da refinaria, cerca de 50 na Bacia de Campos, 10 em Manaus e 30 no Rio Grande do Sul. Em Minas Gerais, o Sindipetro informou que pelo menos um empregado da Refinaria Gabriel Passos, de Betim, foi suspenso. Também de acordo com o Sindipetro, a empresa distribuiu cartas de advertência. Na Bahia, o Sindipetro informou que cerca de 15 petroleiros da refinaria Landulpho Alves foram punidos. Segundo o diretor do sindicato, José Oliveira da Fonseca, alguns trabalhadores receberam advertências por escrito, outros foram proibidos de entrar na fábrica ou tiveram promoções suspensas. A assessora da refinaria baiana, Noelma Argolo, disse que apenas seis pessoas foram punidas ``por atos cometidos após a greve". Segundo ela, as punições ``estão sendo negociadas com o sindicato" e podem ser revistas. Procurada pela Folha, a direção da Petrobrás preferiu não se pronunciar sobre o assunto. A Refinaria Gabriel Passos informou que ``trata-se de uma medida administrativa sobre a qual não cabe comentários". ``A Petrobrás está empurrando os petroleiros para o confronto em plena campanha salarial", afirmou Sérgio Pereira dos Santos, diretor de comunicação da FUP. A data-base dos petroleiros é no dia 1º de setembro. No Congresso que começa hoje, eles vão também definir novas táticas de greve para esta campanha salarial. Os petroleiros pedem reajuste de 50,53%, reintegração dos 85 demitidos e cumprimento do protocolo de 25 de novembro. O aumento real a título de produtividade será definido no Congresso. Colaborou a Agência Folha Texto Anterior: Conselho confirma cassação de médico que participou de tortura Próximo Texto: Metalúrgicos do ABC fazem manifestação Índice |
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