São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 1995 |
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Culpa é do Incra, diz Raupp
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governador Valdir Raupp disse que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) é o grande culpado pelo conflito entre posseiros e a Polícia Militar. Segundo ele, o órgão é lento.Para Raupp, conflitos como esse podem se repetir, caso o Incra não tome providências. Sobre as causas do confronto, afirmou que os posseiros atiraram primeiro e que entre eles existiam atiradores de elite. Na manhã de ontem, o governador se encontrou com o ministro da Justiça, Nelson Jobim, em Brasília. Jobim determinou que a Superintendência da Polícia Federal em Rondônia acompanhe a apuração. A PF vai investigar quem forneceu as armas para os posseiros e quem os orientou na fabricação dos explosivos. Segundo Raupp, a polícia reforçou seu efetivo, mas não sabia que iria encontrar pessoas armadas. "Quando chegou pela manhã, a polícia encontrou um verdadeiro arsenal: bombas, carabinas, rifles, escopetas e bombas de bambu com estilhaços. Os posseiros atiraram primeiro. O primeiro a cair morto foi um tenente da Polícia Militar. Outros cinco policiais foram alvejados na cabeça, disse. Segundo ele, os sem-terra vão continuar acampados nos lugares determinados pelo governo até que o Incra resolva o problema. O governador lembrou que a polícia estava cumprindo ordem judicial e que, se não fizesse o despejo, o comandante seria preso. "O inquérito vai apontar responsabilidades dos dois lados, acrescentou. Outro lado ``O Incra não tem nada a ver com isso", afirmou o presidente do órgão, Brazílio de Araújo Neto. Segundo ele, o órgão está trabalhando dentro das metas fixadas pelo presidente FHC. Ele evitou o confronto com o governador. Disse que a reforma agrária é um processo lento e que o Incra está empenhado em resolver os problemas nas áreas de conflito. Texto Anterior: Veja a versão da polícia militar Próximo Texto: MST aponta áreas críticas Índice |
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