São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995 |
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Investigação da Receita abalou força de Dallari PPR, PP e PTB anunciaram criação de novo partido RUI NOGUEIRA
O Secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari, começou e terminou a semana sob a acusação de supostamente ter repassado informações do governo a clientes da sua empresa de consultoria, a Decisão, que tem sede em São Paulo. A pedido do presidente Fernando Henrique, Dallari, que continuou no cargo, terá de provar que se licenciou da empresa de consultoria, que a assinatura que aparece em recibos não é sua e que a Decisão tem condições de funcionar sem as suas informações. Dallari ficou conhecido como ``xerife" dos preços -as grandes indústrias negociam com ele os seus aumentos. Sua consultoria, que tem oito funcionários, faturou em seis meses R$ 600 mil. Enquanto negociava o imbróglio Dallari, a equipe econômica anunciava o freio na entrada de capital que fica pouco tempo no país. O BC (Banco Central) decidiu na quinta que esse dinheiro, antes isento de qualquer imposto, passa a pagar 5% a 7% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Motivo: só em agosto, o Brasil recebeu mais de US$ 3 bilhões. Na sexta-feira à noite, o BC interveio nos bancos Econômico, Mercantil de Pernambuco e Comercial de São Paulo. Enquanto isso, o Congresso se exercitava no jogo partidário. PPR, PP e PTB selaram na quinta-feira um acordo para a fusão dos três partidos. Parte do PTB resiste à idéia. Se os três se fundirem, sem dissidências, o ``partidão" terá uma das maiores bancadas -113 dos 513 deputados e 13 dos 81 senadores. Fora da corte de Brasília, o Brasil real se defrontou, na quarta-feira, com um conflito entre trabalhadores rurais sem terra e a Polícia Militar em Corumbiara (RO). O embate teve um saldo de 11 mortos (9 sem-terra e 2 policiais). Texto Anterior: Uma carta desastrada, ou o dinossauro de muletas... Próximo Texto: OPINIÃO DA FOLHA Índice |
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