São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Nova técnica de transplante capilar dá ar natural
JAIRO BOUER
O novo procedimento, menos traumático, dispensa os pontos, as cicatrizes e a necessidade de retirar uma faixa do couro cabeludo para servir como área doadora. Os folículos de cabelo (veja desenho abaixo) são retirados, um a um, diretamente do couro cabeludo, com o auxílio de um instrumento cirúrgico que lembra uma caneta com uma lâmina na ponta. A área que vai receber os cabelos é preparada com a mesma ``caneta". O cirurgião faz pequenos orifícios, onde deposita os folículos ``colhidos". A recuperação da área calva é feita de uma só vez. Não há necessidade de retoques. Joacir Carvalho, chefe da equipe de cirurgia plástica de emergência do Hospital Albert Einstein e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que a retirada da faixa do couro cabeludo limitava a cirurgia. Segundo ele, muitas vezes, faltavam folículos suficientes para cobrir a área calva. O médico acabava ``improvisando", aumentava o espaço entre os folículos implantados e o resultado não era bom. A retirada da faixa de couro cabeludo e sua manipulação excessiva também comprometiam a qualidade de muitos folículos. A cicatriz na área doadora (que ficava escondida pelo próprio cabelo) podia atrapalhar novas correções. Carvalho diz que o aspecto de ``cabelo de boneca" que as antigos implantes produziam também é evitado com a técnica. O efeito aparecia porque, ao invés de implantar poucos fios em cada orifício, o médico acabava implantando porções da área doadora com algumas dezenas de fios. O resultado era cabelo em tufos. Complicações não costumam acontecer com a nova técnica. A anestesia é no couro cabeludo. O curativo é retirado no dia seguinte. O único limite é o tamanho da área doadora. Se o homem tem área calva muito grande e pouco cabelo nas laterais e parte posterior da cabeça, podem faltar folículos para o transplante. Uma consulta da Folha a cirurgiões plásticos de São Paulo revelou que, de acordo com o tamanho da área calva e o tempo da cirurgia, o custo do procedimento varia de R$ 1.000 a R$ 4 mil. 35% dos homens em todo mundo apresentam algum grau de calvície -causada pela combinação entre uma predisposição genética e a ação do hormônio testosterona. A testosterona diminui a irrigação de sangue para o couro cabeludo. A consequência é a atrofia dos folículos capilares. Algumas áreas do couro cabeludo (laterais e posteriores) não têm a mesma resposta à ação da testosterona e continuam a produzir fios fortes e saudáveis. São as áreas doadoras. Texto Anterior: BLOQUEIO 1; BLOQUEIO 2 Próximo Texto: `Minha personalidade não combinava com entradas' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |