São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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Negocie para não perder carro financiado

EDUARDO LIMA; MARCELO TADEU LIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Subiu três vezes a taxa de inadimplência em financiamentos de automóveis -importados e nacionais, novos ou usados. A falta de pagamento das prestações chega a 6% do total de contratos firmados em todo o país.
O cálculo é da Anef, associação de financeiras das montadoras.
Frente ao avanço do número de inadimplentes, fabricantes e revendedores de automóveis estão se habituando a renegociar dívidas.
“Evitamos ao máximo o processo de reintegração (busca e apreensão do carro por falta de pagamento)”, diz Antonio Rezende, 43, gerente de Marketing da VW.
Segundo Helio Casal de Rey, gerente da concessionária Sorana (VW), adiar o pagamento de uma prestação para 10 ou 15 dias da data de seu vencimento é o primeiro caminho utilizado para driblar a inadimplência.
Se a situação financeira do cliente é mais complicada, diz o gerente, outro recurso é transferir as parcelas atrasadas para o final do prazo de financiamento.
Em casos extremos, tenta-se até substituir o carro financiado por um modelo mais barato, resultando em prestações menores. Na Eufrásio (Ford), por exemplo, um comprador que não conseguiu pagar uma Ranger pegou um Fiesta.
“O cliente também pode escrever uma carta propondo recomposição da dívida”, afirma Carlos Alberto de Azevedo, 54, gerente de operações da Ford.
Se as tentativas de renegociação fracassarem, é solicitada busca e apreensão do automóvel. O inadimplente fica a pé e perde o que havia pago no financiamento.
Estima-se que a dívida dos inadimplentes junto às financeiras reunidas pela Anef chega a R$ 42 milhões -valor equivalente à cerca de 4.500 “populares” Corsa.

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