São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995
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Separatistas matam refém na Caxemira

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Guerrilheiros muçulmanos da Caxemira decapitaram um de seus cinco reféns, gravaram a assinatura do grupo, al-Faran, no corpo e o jogaram numa estrada próximo a Jammu, capital dos estados indianos de Jammu e Caxemira.
A cabeça e o corpo do norueguês Hans Christiam Ostroe foram encontrados a 20 m de distância um do outro, com uma nota afirmando que os outros quatro reféns seriam mortos se o governo indiano não libertasse em dois dias 15 separatistas muçulmanos de Caxemira que se encontram na prisão.
O governo indiano fez uma reunião de emergência em Nova Déli para considerar uma operação de resgate armada.
Até então, a Índia havia descartado a possibilidade de um resgate armado e vinha tentando resolver o problema unicamente através de negociações.
"Temos uma idéia geral do lugar onde eles estão escondidos", afirmou um oficial de Jammu e Caxemira, em Nova Déli. Estamos mantendo uma espécie de vigilância, e o al-Faran entra em contato conosco de tempos em tempos.
Os outros reféns são o alemão Dirk Hasert, o norte-americano Donald Hutchings e os britânicos Paul Wells e Keith Managan.
Três dos reféns foram capturados em 4 de julho. Ostroe e um outro refém foram capturados a 8 de julho.
Uma pessoa telefonou para a Associação de Imprensa da Índia, identificando-se como porta-voz do al-Faran. Afirmou que o grupo "não é uma organização de assassinos. Não temos prazer em matar pessoas".
Segundo a Associação de Imprensa, o autor do telefonema afirmou ainda que o grupo "não será responsável se o governo cometer o mesmo erro que cometeu no caso do sr. Hans Christian Ostroe".
A embaixada dos EUA emitiu uma nota condenando o "bárbaro ato de violência".
A Inglaterra e a Alemanha deram declarações semelhantes, solicitando a libertação incondicional dos quatro reféns.
A FLJC (Frente de Libertação de Jammu e Caxemira) repudiou a ação do al-Faran, afirmando que grupo está prejudicando a causa dos separatistas.
"Al-Faran é uma espécie de enigma", afirmou um porta-voz do JKLF em Londres, Zafar Khan. "Nunca ouvimos falar deles até que raptaram estes turistas."
A Índia e o Paquistão disputam Caxemira desde que se tornaram independentes, em 1947.
A Índia controla dois terços, Jammu e Caxemira. É seu único Estado de maioria muçulmana. O restante, governado pelo Paquistão mulçulmano, é chamado de Azad (Livre) Caxemira.

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