São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 1995 |
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Cuide bem do catalisador do carro
ROSANGELA DE MOURA
No Brasil, limitações de emissão de poluentes estipuladas pelo governo federal levaram ao uso de catalisadores em alguns carros 0 km a partir de 92. Também chamado de conversor catalítico, o sistema é instalado no escapamento do carro. Os gases tóxicos -monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio- sofrem reação química no catalisador, graças ao uso de metais como paládio, ródio e molibdênio, aquecidos a até 400°C. Antonio Bermudo Neto, chefe de desenvolvimento de mercado da Newtechnos, fabricante de catalisadores, diz que o equipamento reduz em cerca de 90% a emissão de gases poluentes. Segundo Bermudo, forçar o veículo a pegar no ``tranco" (empurrando com a marcha engatada) danifica o catalisador. Vazamentos de ar no escape e trincas na bóia do carburador também são prejudiciais. Outra fonte de problemas está em pancadas fortes na carcaça da peça. Ele afirma que o conversor não reduz a potência do motor, porque todos os veículos saem de fábrica projetados para que a perda de potência seja igual a zero. A remoção do catalisador, segundo o mecânico Luiz Yoshimura, faz aumentar o consumo de combustível e o desgaste de peças. Ele diz que o uso do afogador por longo período, ou com o motor aquecido, pode alterar o cheiro dos gases do escapamento. O cheiro ruim também pode surgir se o motor estiver desregulado ou se a quantidade de álcool na gasolina estiver abaixo de 20%. Para o preparador de motores Vinicius Losacco, o grande problema é a ``incompatibilidade" entre o catalisador e a gasolina disponível no Brasil. O combustível, segundo Losacco, provoca entupimento do conversor catalítico. Mesmo assim, ele é contra a remoção do equipamento. Caso o sistema seja removido, é preciso recalibrar o motor. Ele afirma que o catalisador tira de 1 a 2 cavalos-vapor (cv) de potência do motor -perda inferior à provocada pelo ar-condicionado. Próximo Texto: Entupimento é comum Índice |
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