São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
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Advogados vêem polêmica

DA REPORTAGEM LOCAL

A saída de José Milton Dallari do governo não encerra a polêmica em torno da lisura do relacionamento de funcionários públicos com o setor privado.
Advogados ouvidos ontem pela Folha entendem que é impossível impedir, em qualquer país, o relacionamento do servidor público com o setor privado.
O advogado José Carlos Graça Wagner diz que esse tipo de relacionamento é até mais frequente em um país como o Brasil. ``O excesso de leis, normas e regulamentos contribui para que haja dependência do setor privado das decisões de órgãos governamentais".
Entretanto, o que não pode acontecer é o exercício da influência do cargo para favorecer uns em detrimento de outros. Por isso, quando há suspeita, a permanência no cargo não faz sentido.
Para Octávio Bueno Magano, professor de direito da USP, Dallari deve responder às acusações e, se houver irregularidades, ser punido.

Repercussão
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) recebeu com ``pesar" a demissão de Dallari. Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da entidade, considerou ``ruim" o governo perder um técnico como Dallari, um homem ``honrado e competente".
Para o presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Arthur João Donato, a decisão de Dallari ``revela mais uma vez a força de caráter de um cidadão que prestou relevantes serviços ao país".
O governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), avalia que a saída de Dallari se tornou para o governo um ``caminho natural, na medida em que se descortinaram situações embaraçosas".

Colaborou a Sucursal do Rio

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