São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
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IBM traz dólar para vender computador

JOSÉ CARLOS VIDEIRA

Empresa capta eurobônus e espera aumento de 40% no volume de contratos neste ano
A IBM Brasil Leasing Arrendamento Mercantil (IBL) vai realizar, até o final deste ano, lançamento de US$ 100 milhões em eurobônus.
Os recursos captados no exterior serão destinados exclusivamente às operações de leasing (espécie de aluguel com opção de compra no final do contrato) de computadores e equipamentos da marca IBM. A IBL espera aumento de 40% no volume de novos contratos neste e no próximo ano. O volume financeiro deve crescer 10%.
Luiz Bodstein, gerente-geral, explica que a tendência do setor de informática é de tornar-se cada vez mais acessível. Isso faz o volume de contratos crescer mais que o faturamento. Outra meta para o biênio 95/96 é a conquista da classificação ``ouro" da Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. A IBL recebe há dois anos a classificação ``prata".
Para isso, a empresa está investindo US$ 5 milhões em um novo sistema de controle de gerenciamento de contratos.
A empresa registrou 407 novos contratos de leasing durante todo o ano passado. No acumulado de janeiro a junho deste ano, o total de contratos novos chegou a 172.
A renda financeira (retorno dos juros das operações) somou US$ 550 milhões em 94 e atingiu os US$ 385 milhões no primeiro semestre. O lucro líquido em 94 foi de US$ 51 milhões. Nos primeiros seis meses de 95, chegou a US$ 36 milhões.
Os ativos da IBL de US$ 1,55 bilhão posicionaram a companhia, no ano passado, como a maior empresa do setor por esse critério contábil. O volume de ativos deve repetir-se neste ano, mas não a primeira colocação, que a empresa sustenta por três anos consecutivos, afirma o gerente-geral da companhia.
``Ser a maior em ativos é apenas uma coincidência contábil. O que nos importa é atender a quem precisa de computador", diz Bodstein. Ele acredita que as empresas de leasing que operam com arrendamento de veículos podem superar a IBL em ativos.
Ele conta que a IBL surgiu em 91, da necessidade de a IBM complementar o pacote chamado de ``solução total", que além da máquina, fornece os programas, o treinamento e a manutenção dos equipamentos.
Faltava a viabilização financeira de longo prazo, garantida pelo leasing. Segundo o gerente geral, o computador é um equipamento cujo benefício para as empresas não se dá imediatamente. Por isso, precisam de tempo para amortizar o investimento.
A estabilidade econômica, proporcionada pelo Plano Real, é um dos principais fatores positivos para as empresas que trabalham com prazos longos, diz.
Segundo ele, o plano também mudou o perfil das empresas compradoras de computador no Brasil. Até 94 havia muita concentração na área financeira. ``Em função das altas taxas de inflação, o setor bancário consumia muitos equipamentos de informática", explica. Hoje, os setores industrial e comercial já dividem com os bancos a utilização de computadores de todos os portes.
Com o plano, as indústrias passaram a produzir e a vender mais. Isso fez crescer a necessidade de modernização, conta.

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