São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995 |
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Rio incluem anjos e bruxas
FERNANDA DE ESCÓSSIA
Entre os lançamentos da Bienal não falta nem o livro de uma bruxa de verdade: ``Manual Mágico do Amor", de Márcia Frazão, 43, uma filósofa formada na Universidade Federal do Rio de Janeiro que trocou a filosofia pela feitiçaria. Editado pela Francisco Alves, o livro traz receitas de elixires afrodisíacos, rituais de sedução, fertilidade e fidelidade, e fala da influência dos ciclos terrestres sobre o homem. É uma mistura de noções de astrologia, conhecimento das ervas, interpretação de sonhos, mitologia e feitiços que a autora diz ter aprendido com suas avós e com grupos de bruxaria. ``A bruxaria é uma retomada dos ritos primitivos das mulheres sábias, um retorno à terra, um jeito de viver melhor", afirma Márcia, que detesta o termo esotérico e não abre mão de ser chamada de bruxa. Para quem acha que bruxaria é de mulheres, há até um bruxo, Bento de Lima, que, sob o pseudônimo da feiticeira Dirce de Bellis, assina ``O Testamento da Bruxa" (Bertrand Brasil). ``Viver melhor" é a tese da maioria dos livros sobre anjos, duendes, numerologia, vidas passadas e religiões alternativas. Esse ramo começou a crescer há oito anos, com a explosão de Paulo Coelho em ``O Alquimista". ``Não sou esotérico nem me considero precursor. Minha filosofia tem base católica e ajuda cada um a se descobrir", diz o mago. Uma edição de luxo de ``O Alquimista" será lançada na Bienal. A ex-freira Luci Costa escreve sobre anjos em ``Conselhos dos Anjos" (Distribuidora Paulista de Livros). A febre esotérica vai levar à Bienal mais de 40 lançamentos e muitas editoras especializadas, como a Universalista. A Record criou há três anos o selo Nova Era, só para os lançamentos da linha esotérica. (FE) Texto Anterior: Rio investe US$ 15 mi em Bienal do Livro Próximo Texto: Revisão reconstitui obra de Jorge Amado Índice |
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