São Paulo, sábado, 19 de agosto de 1995
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Casa é pintada e confunde polícia

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A fim de atrapalhar a ação da polícia, José Roberto da Silva Filho, o Robertinho, financiou a pintura em um mesmo tom de verde de parte dos prédios da favela de Parada de Lucas (zona norte).
A padronização de casas e sobrados confunde os policiais. A DRE recebeu denúncias de que em uma casa verde da favela funciona o paiol de armas de Robertinho de Lucas.
``O difícil é descobrir qual é a casa. É tudo verde lá", afirmou o diretor da DRE (Divisão de Repressão a Entorpecentes) da Polícia Civil, delegado Reginaldo Guilherme da Silva, para quem Robertinho continua morando na favela.
O boato que circulou nas favelas cariocas de que Uê teria morrido é falso, segundo o diretor da DRE.
``Uê está bem vivinho. Ele só não aparece mais nos morros. Quem toca o negócio são homens de sua confiança", afirmou o delegado.
Jorge Luiz de Souza vive em Acari, onde é adorado pelos moradores. Ele costuma distribuir dinheiro e comida para as famílias mais necessitadas, promover torneios de futebol e churrascos, além de presentear as crianças com brinquedos.
Como para Jorge Luiz, de Acari, a favela é o refúgio de Romildo Souza da Costa, conhecido como Miltinho do Dendê.
Em novembro passado, na primeira fase da Operação Rio (de combate à criminalidade), o morro do Dendê foi ocupado durante três dias por fuzileiros navais.
A favela foi vasculhada, mas os militares não encontraram Miltinho.
A Polícia Civil sabe, hoje, que o suposto traficante não deixou a favela durante a ocupação. Ficou em uma casa no morro, escondido por amigos.
Assim que os fuzileiros deixaram o Dendê, Miltinho voltou às suas ocupações normais. (ST)

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